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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐18 Anabela GradimA beleza do esquema peirceano é que a Metafísica e a unificação protagonizadapelas Ciências Normativas reintroduzem no mundo a noção <strong>de</strong> teleologia,mas não, ao contrário da clássica ou medieval, uma teleologia antropomórfica.O progresso e a evolução cósmica passam pelo homem, mas não sópor ele, nem este é instância privilegiada do evolutionary love que perpassatodas as coisas.Seria possível, então, a partir do interior do esquema peirceano, intentara reconstrução <strong>de</strong> uma ética das virtu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> olhos postos nesse telos; reconstruçãoessa, aliás, que além <strong>de</strong> sanar as dificulda<strong>de</strong>s experimentadas por Apel,do meu ponto <strong>de</strong> vista permitiria resolver muitos dos problemas levantadospelo próprio neo-aristotelismo <strong>de</strong> MacIntyre, e que se pren<strong>de</strong>m com o facto<strong>de</strong> este admitir apenas fins comunitariamente particulares, ao passo que o telospeirceano é o progresso da própria or<strong>de</strong>m e racionalida<strong>de</strong> cósmicas.Mas isto é só um programa, ou esboço <strong>de</strong> um programa. O passo seguinteserá reunir e expor as concepções <strong>de</strong> Peirce quanto à ética – provavelmente olado hoje mais obscuro do seu pensamento. Vitally important topics <strong>de</strong>lineiaprecisamente a concepção peirceana <strong>de</strong> sentimentalismo, que se preten<strong>de</strong> aquireabilitar.Durante a maior parte da sua vida Peirce rejeitou explicitamente a possibilida<strong>de</strong>e oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma ética “filosófica”, razão pelaqual nunca escreveu nenhum ensaio intitulado “Ética”, mas a situação virá aalterar-se, nos escritos posteriores a 1903, quando <strong>de</strong>senvolve e amadurecea i<strong>de</strong>ia das Ciências Normativas: Lógica, Ética, e Estética. Os criticismospeirceanos da ética filosófica “são diferentes, tanto da visão positivista comoda dos existencialistas. Ele não é nem um emotivista, nem um <strong>de</strong>cisionista,mas um cognitivista na sua análise da avaliação moral”. 11 Para a semiótica <strong>de</strong>Peirce as emoções e mesmo os sentimentos são experiências mediadas, nãosão intuitivos. Don<strong>de</strong>, mesmo julgamentos <strong>de</strong> valor são em última análisecognitivos. A crítica <strong>de</strong> Peirce à ética filosófica é ainda mais radical porqueele não pensa que a moralida<strong>de</strong> seja, <strong>de</strong> todo, essencialmente um assunto <strong>de</strong>“julgamentos”.11 . Neste passo seguem-se <strong>de</strong> perto os trabalhos <strong>de</strong> KROIS, John Michael, “<strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rsPeirce and Philosophical Ethics”, e STUHR, John, “Ren<strong>de</strong>ring the World More Reasonable:The Practical Significance of Peirce’s Normative Science”, in PARRET, Herman, Peirce andValue Theory, col. Semiotic Crossroads, 1984, John Benjamins Publishing Company, Phila<strong>de</strong>lphia.www.labcom.pt✐✐✐✐

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