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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐410 Anabela Gradimdo instinto. (...) A Razão apela ao sentimento como último recurso. E o sentimento,por seu turno, sente-se a si próprio como sendo o homem”. 20 Por issoPeirce po<strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r que “se admito a supremacia do sentimento em assuntoshumanos, faço-o por ditado da própria razão; e igualmente por ditado dosentimento, em assuntos teóricos, recuso-me a conce<strong>de</strong>r ao sentimento qualquertipo <strong>de</strong> peso”. 21 Assim, como consequência da separação teoria/praxis,o conhecimento teórico e a ciência nada trazem às questões práticas pois “arazão é muito menos vitalmente importante que o instinto”, 22 mas qualquerassunto <strong>de</strong> importância vital terá <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>ixado ao arbítrio do sentimento, quefunciona porque foi forjado no <strong>de</strong>curso da evolução da espécie. O instintobem po<strong>de</strong> ser visto como “the very bedrock on which all reasoning must bebuilt” 23 e Peirce chega a garantir que todos os triunfos da ciência <strong>de</strong> que o seuséculo tanto se orgulha não são mais que generalizações construídas a partirdos instintos sobre forças físicas, ou dos instintos sobre os nossos semelhantes,necessários à satisfação dos impulsos reprodutivos”. 24A razão é ainda, em certos contextos, inferior ao instinto porque está sujeitaa um certo controle instrumental por parte do homem, <strong>de</strong> modo que todosaqueles que <strong>de</strong> forma vã têm <strong>de</strong>smedido orgulho na sua razão, são muitas vezescompelidos a empregá-la para justificar, a posteriori, comportamentos quetiveram origem nas instâncias mais profundas da alma, e que eles teriam adoptadoà mesma, quer os justificassem quer não. 25 “Quando os homens começama racionalizar sobre a sua conduta, o primeiro efeito disso é <strong>de</strong>volvê-losàs suas paixões e produzir a mais assustadora <strong>de</strong>smoralização, especialmenteem assuntos <strong>de</strong> cariz sexual. Assim, entre os gregos, trouxe a pe<strong>de</strong>rastia euma precedência das mulheres públicas sobre as esposas privadas. Mas por20 . Collected Papers, 1.631-1.632.21 . Collected Papers, 1.634. “. . . if we fall into the error of believing that vitally importantquestions are to be <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>d by reasoning, the only hope of salvation lies in formal logic,which <strong>de</strong>monstrates in the clearest manner that reasoning itself testifies to its own ultimatesubordination to sentiment”, Collected Papers, 1.672.22 . Collected Papers, 1.640.23 . Collected Papers, 6.500.24 . Collected Papers, 6.500.25 . “Men many times fancy that they act from reason when, in point of fact, the reasons theyattribute to themselves are nothing but excuses which unconscious instinct invents to satisfythe teasing "whys"of the ego. The extent of this self-<strong>de</strong>lusion is such as to ren<strong>de</strong>r philosophicalrationalism a farce”, Collected Papers, 1.631.www.labcom.pt✐✐✐✐

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