13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

✐✐✐✐148 Anabela Gradimpor um lado a fundamentação e a contemplação transcen<strong>de</strong>ntal estabelecemas condições a priori <strong>de</strong> pertença a uma comunida<strong>de</strong>, na qual todos os queadquirem “competência comunicativa” se submetem a uma “exigência implícita”<strong>de</strong> participar na discussão pública, a única via <strong>de</strong> explicitar critérios <strong>de</strong>valida<strong>de</strong> e pugnar por uma formação racional da vonta<strong>de</strong>. Mas esta fundamentaçãotranscen<strong>de</strong>ntal da estratégia moral humana tem necessariamente <strong>de</strong> serarticulada com as exigências <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação real e histórica(se quisermos, é necessário realizar, tanto quanto possível, a comunida<strong>de</strong><strong>de</strong> comunicação i<strong>de</strong>al na comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação real). É que a verda<strong>de</strong>só po<strong>de</strong> ser atingida “através da realização social da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicaçãoi<strong>de</strong>al”, a qual, enquanto estratégia eticamente fundamentada, <strong>de</strong>ve criarinstrumentos científicos – através das ciências sociais “emancipatórias” – quepermitam explicar as estruturas reificadas, promovendo a “compreensão reflexiva”do ser humano, em or<strong>de</strong>m à “penetração emancipatória das suas própriasbarreiras”. 74Ora este discurso “terapêutico” que serve a estratégia <strong>de</strong> “emancipação”levanta uma “<strong>de</strong>licadíssimo problema moral” - o <strong>de</strong> saber quais os critériospelos quais o participante numa discussão po<strong>de</strong> reclamar para si uma consciênciaemancipada que o qualifica como terapeuta social. E é aqui que Apelse vê compelido a <strong>de</strong>sferir o golpe final na articulação entre teoria e praxis,pois abraçar uma causa será sempre um “comprometimento precário quenão po<strong>de</strong> ser coberto nem pelo conhecimento científico, nem pelo filosófico.Neste ponto, e não mais cedo, quando a causa da emancipação, que po<strong>de</strong>ser filosoficamente justificada, é abraçada, todos têm <strong>de</strong> tomar para si uma<strong>de</strong>cisão moral <strong>de</strong> fé não fundada ou não completamente fundável”. 75 Po<strong>de</strong>fundamentar-se transcen<strong>de</strong>ntalmente a pertença a uma comunida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>comunicação, mas é impossível fazê-lo relativamente à pertença a uma comunida<strong>de</strong>real e concreta, e, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta, à trincheira argumentativa por que seaquela que dá sentido à própria activida<strong>de</strong> filosófica. Cf. APEL, Karl-Otto, <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rsPeirce — from Pragmatism to Pragmaticism, 1995, Humanities Press, New Jersey.74 . Cf. APEL, Karl-Otto, Towards a Transformation of Philosophy, 1980, Routledge &Kegan Paul, London.75 . “The a priori of the communication community and the foundations of ethics: the problemof a rational foundation of ethics in the scientific age”, in APEL, Karl-Otto, Towards aTransformation of Philosophy, 1980, Routledge & Kegan Paul, London, p. 285. Itálico meu.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!