13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

✐✐✐✐168 Anabela Gradimtal é necessária a operação propedêutica <strong>de</strong> observar como se encaixam as categoriasna exploração peirceana, e porque <strong>de</strong>fendo constituírem o alicercefundamental da arquitectónica do <strong>sistema</strong>.É em Guess at the Riddle, um texto <strong>de</strong> 1890, que Peirce mais claramenteenuncia a pretensão arquitectónica e o carácter sistemático da sua filosofia,que liga estreitamente à <strong>de</strong>scoberta das categorias. Elas são o primeiro passona constituição da arquitectónica do <strong>sistema</strong> e a estrutura cujo preenchimentoorganiza as restantes <strong>de</strong>scobertas da filosofia. 33 A matéria a partir da qual olabor sistemático há-<strong>de</strong> ser construído, em or<strong>de</strong>m a uma i<strong>de</strong>ia que em meadosda exploração se começa a divisar mais claramente. “O empreendimento queeste volume inaugura é produzir uma filosofia como a <strong>de</strong> Aristóteles, isto é, esboçaruma teoria tão compreensiva que, durante muito tempo, todo o trabalhoda razão humana, em filosofia <strong>de</strong> todas as escolas e tipos, em matemática, empsicologia, em física, em história, em sociologia, e em qualquer outro <strong>de</strong>partamentoque possa existir, apareça como o preenchimento dos seus <strong>de</strong>talhes.O primeiro passo para isto é encontrar conceitos simples, aplicáveis a todosos assuntos”. 34Esses conceitos simples são as categorias, base da arquitectónica do <strong>sistema</strong>,noção que Murphey <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> ser a maior dívida <strong>de</strong> Peirce ao kantismo, 35contraída durante os anos em que foi apaixonado estudioso da Crítica da RazãoPura. É <strong>de</strong> notar que em várias ocasiões Peirce liga explicitamente o seuentendimento do carácter arquitectónico da filosofia a Kant, chegando mesmoa convidar os seus leitores a <strong>de</strong>bruçarem-se sobre o “splendid third chapter”,acerca <strong>de</strong> metodologia, da primeira Crítica. 36 Se dúvidas restassem, as se-33 . “ And this truth like every truth must come to us by the way of experience. No aprioristever <strong>de</strong>nied that. The first matters which it is pertinent to examine are the most universalcategories of elements of all experience, natural or poetical”, Collected Papers, 3.417.34 . In Collected Papers, 1.1. Itálico meu.35 . No seu estudo <strong>de</strong> 1961, The <strong>de</strong>velopment of Peirce’s Philosophy, um clássico da Peircescholarship, o Prof. Murphey <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que a intenção <strong>de</strong> Peirce é, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, sistemática,sendo a lógica o motor <strong>de</strong>ssa <strong>sistema</strong>ticida<strong>de</strong>; e embora divida a sua filosofia em três fasesdistintas, consi<strong>de</strong>ra “essencial reconhecer que Peirce não encarava estas diferentes fases comoconstituindo diferentes <strong>sistema</strong>s: antes encarava-as como diferentes revisões <strong>de</strong> um único <strong>sistema</strong>arquitectónico” (p.3). Apel retoma esta leitura “faseada” <strong>de</strong> Peirce, embora sem recobrirtotalmente as divisões <strong>de</strong> Murphey. Por minha parte, prefiro acentuar os aspectos da continuida<strong>de</strong>na evolução do <strong>sistema</strong>, e é essa opção que prevalece nesta exposição das categorias.36 . Cf. Collected Papers, 1.176; 6.9; 6.32.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!