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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐Ética e heteronomia 411fim a parte subconsciente da alma, sendo mais forte, reganha a sua predominânciae insiste em corrigir as coisas. Os homens, então, continuam a dizer asi próprios que regulam a sua conduta pela razão; mas apren<strong>de</strong>m a olhar paraa frente e verem a que conclusões um dado método conduzirá antes <strong>de</strong> lhedarem a sua a<strong>de</strong>são. Em suma, já não é o raciocínio que <strong>de</strong>termina o que asconclusões serão, mas são as conclusões que <strong>de</strong>terminam o que o raciocínioserá. Isto é uma imitação <strong>de</strong> raciocínio e uma frau<strong>de</strong>”. 26Consequência natural do sentimentalismo é o conservadorismo: ater-se àsabedoria prática tradicional, às máximas que a comunida<strong>de</strong> colectivamenteadoptou e que estão inscritas no seu próprio <strong>de</strong>senvolvimento como espécie.“Todos sabemos o que é a moralida<strong>de</strong>: é portarmo-nos como fomos educadosa comportar-nos, i.e., pensarmos que <strong>de</strong>veríamos ser punidos por não noscomportarmos (...) Não é preciso raciocinar para perceber que a moralida<strong>de</strong>é conservadorismo. Mas conservadorismo significa, novamente, não confiarnos próprios po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> raciocínio. Ser um homem moral é obe<strong>de</strong>cer às máximastradicionais da comunida<strong>de</strong> sem hesitação ou discussão. Don<strong>de</strong> a ética,que é tentar a partir do raciocínio fornecer uma explicação para a moralida<strong>de</strong>é (...) composta da própria substância da imoralida<strong>de</strong>”. 27Ponto importante – e nem podia ser <strong>de</strong> outro modo num falibilista – é queo conservadorismo não implica nem dogmatismo nem fundamentalismo. Arazão po<strong>de</strong> influenciar as crenças e os sentimentos do homem, e os hábitos <strong>de</strong>sentimento po<strong>de</strong>m ser mo<strong>de</strong>lados e evoluírem a partir dos ditames da razão,no modo como esta funciona ao garantir o autocontrole no âmbito das trêsciências normativas – só que Peirce está convencido <strong>de</strong> que esse processo,para não ser radical e insensato, <strong>de</strong>corre com imensa e vagarosa lentidão. 2826 . Collected Papers, 1.57.27 . Collected Papers, 1.666.28 . “We do not say that sentiment is never to be influenced by reason, nor that un<strong>de</strong>r nocircumstances would we advocate radical reforms. We only say that the man who would allowhis religious life to be woun<strong>de</strong>d by any sud<strong>de</strong>n acceptance of a philosophy of religion orwho would precipitately change his co<strong>de</strong> of morals at the dictate of a philosophy of ethics –who would, let us say, hastily practice incest – is a man whom we should consi<strong>de</strong>r unwise.The regnant system of sexual rules is an instinctive or sentimental induction summarizing theexperience of all our race. That it is abstractly and absolutely infallible we do not pretend;but that it is practically infallible for the individual – which is the only clear sense the word"infallibility"will bear – in that he ought to obey it and not his individual reason, that we domaintain”, Collected Papers, 1.633.www.labcom.pt✐✐✐✐

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