13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 231se encontra o aspecto <strong>de</strong> compulsão e resistência que Peirce crê característicoda Secundida<strong>de</strong>, e que a necessida<strong>de</strong> da conclusão – cujas premissas <strong>de</strong>la sãoíndice – vem reforçar.A Terceirida<strong>de</strong> encontra-se representada na indução. Nesta, a experiênciaconfirma ou infirma uma abdução prévia. Parte-se assim <strong>de</strong> uma hipótese,<strong>de</strong>duzem-se, enquanto “experiências pensadas”, consequências possíveis, eavalia-se, pelo confronto com a experiência, se são verda<strong>de</strong>iras ou não. Aindução é o tipo <strong>de</strong> argumento que emprega e on<strong>de</strong> concorrem todas as categorias:a primeirida<strong>de</strong> da abdução, e a secundida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>dução, e que mediaentre elas para produzir uma conclusão.Ora, já vimos com <strong>de</strong>talhe, quando analisamos a “reconstrução” peirceanado kantismo, que Kant baseava a objectivida<strong>de</strong> da ciência – a possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> juízos sintéticos a priori – na distinção fenómeno/númeno, <strong>de</strong>slocando aquestão da valida<strong>de</strong> do juízo sintético para as condições <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> daexperiência. Consegue garantir a objectivida<strong>de</strong> da ciência, mas a um preçoelevado: uma metafísica dogmática que não po<strong>de</strong> prescindir do incognoscível.Peirce segue outra via, e irá basear a valida<strong>de</strong> da proposição científica– da inferência – na valida<strong>de</strong> a longo prazo do processo pelo qual é atingida:num tempo suficientemente longo as inferências revelam-se aproximadamentecorrectas. A sustentação <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> doutrina exige duas teses especiais: ofalibilismo – vamos afastando as inferências erradas quando as condições <strong>de</strong>informação ou o choque com a experiência o permitem, 69 e nunca po<strong>de</strong>moster a certeza <strong>de</strong> estar certos em cada caso concreto; e exige também a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>verda<strong>de</strong> como limite i<strong>de</strong>al.Para Peirce, uma inferência provável realizada com base na totalida<strong>de</strong> dainformação disponível está correcta... até a informação aumentar e ter <strong>de</strong> ser69 . Recor<strong>de</strong>-se que Peirce acreditava no lumen naturale, e estava convencido <strong>de</strong> que o homemtem naturalmente tendência a produzir inferência correctas, e isto porque i<strong>de</strong>ntifica oprocesso <strong>de</strong> produção do homem e da mente humana como processo <strong>de</strong> produção do mundo,<strong>de</strong> forma que as inferências humanas não são mais que uma continuação do processo <strong>de</strong> inferênciainconsciente que percorre toda a natureza. Agora repare-se, que mesmo que as inferênciashumanas tivessem tendência a estar certas numa taxa inferior a 50%, como o falibilismoten<strong>de</strong>ria a eliminar gradualmente as inferências mais fracas e erradas, por uma espécie <strong>de</strong> “selecçãonatural” os raciocínios correctos acabariam por dominar no interior da população <strong>de</strong>raciocínios. É essencialmente a isso que serve o falibilismo no interior da teoria: para permitiro aperfeiçoamento do <strong>sistema</strong> e suster o tipo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> a longo prazo reclamado para aabdução.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!