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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐282 Anabela GradimOs MedievaisO <strong>de</strong>talhado comentário <strong>de</strong> Boécio (480-524) ao De Interpretatione aristotélicoinfluenciou toda a Ida<strong>de</strong> Média no que respeita à teoria dos sinais, masapós Agostinho, o mais próximo que se esteve <strong>de</strong> criar uma semiótica na Ida<strong>de</strong>Média foram os trabalhos <strong>de</strong> lógica sobre a suppositio (que é uma teoria dareferência) dos séculos XII e XIII. 58Desenvolve-se por esta altura uma série <strong>de</strong> gramáticas especulativas preocupadascom a referência e a semântica, isto é, o modus significandi, a formacomo o signo está por, e significa uma outra coisa que não ele próprio.A Roger Bacon (1214-1293) atribui-se o primeiro tratado especificamente<strong>de</strong>dicado aos signos, De Signis, on<strong>de</strong> elabora uma classificação <strong>de</strong> todos ostipos <strong>de</strong> signo, e aparece pela primeira vez a significação consi<strong>de</strong>rada no seucarácter extensional, dirigida a res extra animam. 59O <strong>de</strong>bate medieval sobre a suppositio e a significação passa por Abelardo,Alberto Magno, Guilherme <strong>de</strong> Shyreswood, Duns Escoto, Ockham, João Buridane outros lógicos <strong>de</strong>ste período. Mas passa também pelos escolásticosportugueses que do século XII ao Renascimento investigaram – e com assinalávelsucesso – rigorosamente os mesmos temas.Pedro Hispano (1220-1277, Papa João XXI) lógico e médico <strong>de</strong> renome,ficou famoso com as Summulae Logicales, on<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ra as diferentes classes<strong>de</strong> signos, a significação e a suppositio. 60 Petrus Hispanus ficou muito justamentecélebre por este seu tratado <strong>de</strong> lógica – on<strong>de</strong> esboça uma a teoria dasignificação e aborda a suppositio – que foi o manual seguido na maioria dasescolas e universida<strong>de</strong>s até ao século XVI, e <strong>de</strong> tal forma popular que contouIvanóv, Ensaios <strong>de</strong> Semiótica Soviética, 1970, col. Horizonte Universitário, Livros Horizonte,Lisboa; e FOUCAULT, Michel, As palavras e as coisas, col. Signos, Edições 70, 1966, Lisboa.58 . BROWN, Stephen, “Sign Conceptions in Logic in the Latin Middle Ages”, in Semiotics,A Hand-Book on the Sign-Theoretic Foundations of Nature and Culture, vol. 1, 1997, Walter<strong>de</strong> Gruyter, New York, p. 1037; e ainda sobre a suppositio KNEALE, William & Martha, ODesenvolvimento da Lógica, 1972, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.59 . DASCAL, Marcelo & DUTZ, Klaus, “The Beginnings of Scientific Semiotics”, Semiotics,A Hand-Book on the Sign-Theoretic Foundations of Nature and Culture, vol. 1, 1997, Walter<strong>de</strong> Gruyter, New York, p. 750.60 . Pedro divi<strong>de</strong> a suppositio em discreta e communis; e esta em naturalis e acci<strong>de</strong>ntalis;a aci<strong>de</strong>ntal, por sua vez, em simplex e personalis; esta última em <strong>de</strong>terminata e confusa; e aconfusa em necessitate signi e necessitate rei. Cf. KNEALE, William & Martha, O Desenvolvimentoda Lógica, 1972, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, p. 268.www.labcom.pt✐✐✐✐

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