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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐386 Anabela Gradim13.1 Comunicação e comunicabilida<strong>de</strong> - o fundacionismosemiótico apeleanoMesmo que explicitamente não tematizada, a comunicação é, como acabamos<strong>de</strong> ver, um aspecto que pervaga toda a filosofia <strong>de</strong> Peirce, 38 lançandofundas raízes no <strong>sistema</strong> a partir do momento em que se <strong>de</strong>termina que todoo processo semiótico é uma forma <strong>de</strong> comunicação, e que mesmo as suasinstâncias mais simples – o signo – se <strong>de</strong>finem por relação à sua comunicabilida<strong>de</strong>,ainda que esta não seja, em todos os casos, encontrada em acto. Destemodo, da mesma forma que a semiótica, pelo lugar e função que ocupa naárvore das ciências, perpassa todos os elementos do <strong>sistema</strong>, também a comunicaçãoenquanto elemento constitutivo <strong>de</strong>sta se encontra nele omnipresente,pelo que, quando Savan diz ter em Peirce encontrado um “i<strong>de</strong>alismo semiótico”,39 po<strong>de</strong>ríamos, na senda <strong>de</strong>ste comentário, falar também em “i<strong>de</strong>alismocomunicacional”.Ora será precisamente esta dimensão comunicacional patente na semiótica<strong>de</strong> Peirce que será relevada por Apel na constituição da sua filosofia semioticamentetransformada, erigindo esta em princípio <strong>de</strong> fundamento. Nofundo Apel confere pregnância ao aspecto comunicacional construindo emtorno <strong>de</strong>ste um fundacionismo semiótico que preten<strong>de</strong> venha a sustentar aspretensões da ética semioticamente transformada. Este aspecto é novo, e nãose encontra, nem sequer <strong>de</strong> forma implícita, patente em Peirce – o fundacionismopeirceano, a haver algum, situa-se no culminar do percurso que conduzda fenomenologia, da categoriologia e da lógica ao realismo metafísico evolucionário.Já em Towards a Transformation of Philosophy Apel confessa que a noção<strong>de</strong> comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigação peirceana que se substitui ao sujeito transcen<strong>de</strong>ntalkantiano lhe foi útil para a concepção <strong>de</strong> transformação semiótica doconhecimento, e para a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fundar a ética numa racionalida<strong>de</strong> comunicativacomum a toda a humanida<strong>de</strong>.38 . Po<strong>de</strong>riamos dizer, para utilizar a apropriada terminologia peirceana, que a comunicaçãoé all-pervasive relativamente ao <strong>sistema</strong>.39 . SAVAN, David, “Peirce and I<strong>de</strong>alism”, in KETNER, Kenneth Laine, Peirce and ContemporaryThought, Philosophical Inquiries, American Philosophy Series, 1995, Fordham UniversityPress, New York. Já vimos que esta tese é discutível, e discutida <strong>de</strong> facto por váriosautores, pelo que, registando-o, não me alongarei sobre o tema.www.labcom.pt✐✐✐✐

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