13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐Ética e heteronomia 387A <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> uma re-transcen<strong>de</strong>ntalização da filosofia – uma que reflictasobre as suas próprias condições <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> – é inspirada pela transformaçãopeirceana do kantismo e a sua noção <strong>de</strong> um sujeito colectivo que sesubmete a regras <strong>de</strong> mediação sígnica comuns nas quais toda a interpretaçãoe conhecimento se encontram mergulhados.Ao insistir em que todo o conhecimento é mediado por signos, e na naturezairredutivelmente triádica <strong>de</strong>stes, Peirce chama a atenção para o facto <strong>de</strong>que não po<strong>de</strong> haver conhecimento que não seja simultaneamente interpretação,ao mesmo tempo que sublinha que toda a interpretação é comunicacional.Esta <strong>de</strong>scoberta do papel incontornável da comunicação, que se materializa noseio da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretação, levará Apel a postular ser esta uma personificaçãoda razão humana que constitui, enquanto encarnação da razão, acomunida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>al que é necessário pressupor contrafactualmente, e que constituio horizonte teleológico da comunida<strong>de</strong> real que essa materialização darazão personifica. 40Ficam assim lançadas as bases para uma fundamentação transcen<strong>de</strong>ntalda ética da discussão – i.e., uma que reflicta sobre as suas próprias condições<strong>de</strong> valida<strong>de</strong> –, mediante a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> uma PragmáticaTranscen<strong>de</strong>ntal que enforma todo o discurso e que não é possível pôr em causasem cair em auto-contradição performativa.Ao <strong>de</strong>svelar as regras a priori que regem toda a comunicação, e que não éracionalmente possível pôr em causa, Apel <strong>de</strong>scobre que estas são eticamenterelevantes: constituem um mínimo <strong>de</strong>nominador comum patente em toda atroca intersubjectiva, e também na discussão <strong>de</strong> normas éticas concretas –historicamente situadas no seio <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> – que é possível validare fundamentar à luz da capacida<strong>de</strong> auto-reflexiva da linguagem humana(não, pois, uma fundamentação <strong>de</strong> tipo <strong>de</strong>dutivo como a cara ao neopositivismoou às ciências experimentais). A arquitectónica da Ética da Discussão40 .Esta também a leitura <strong>de</strong> Mendieta: “For, as Apel explains, the in<strong>de</strong>finite community ofinvestigation and critique is both na embodiment of reason that acts as i<strong>de</strong>al normative principleand an embodiment of reason that is not a “consciousness” in general but is a given realcommunity of communication. In other words (. . . ) the notion of an unlimited communityof investigation and interpretation is presupposed both as a real community and as an i<strong>de</strong>al, acounterfactual, as a telos. The community therefore is experience not so much as a datum asan intersubjective medium of communication”, MENDIETA, Eduardo, Adventures of Transcen<strong>de</strong>ntalPhilosophy – Karl-Otto Apel’s Semiotics and Discourse Ethics, Rowman & LittlefieldPublishers, 2002, Oxford.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!