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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐234 Anabela Gradimexperiência e constituintes do real, fazem também corpo e unida<strong>de</strong> com esse<strong>de</strong>senvolvimento.A primeira prefiguração avançada por Peirce da máxima pragmatista encontra-semuito provavelmente 1 na sua recensão Fraser’s Review: The Worksof George Berkeley, <strong>de</strong> 1871. Aí, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> expor a concepção <strong>de</strong> realismoque atribui a Duns Escoto, e <strong>de</strong> criticar o i<strong>de</strong>alismo berkeleyano por <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ra impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias gerais e abstractas, Peirce avança a tese <strong>de</strong> quemuito melhor será observar se as coisas preenchem a mesma função. Só setal não suce<strong>de</strong>r <strong>de</strong>verão ser distinguidas, porque no caso <strong>de</strong> preencherem amesma função, serão a mesma coisa. O que interessa, diz, é se em termosexperienciais as coisas são as mesmas – nesse caso é perfeitamente ociosodistingui-las. 2Em How to Make esta fórmula apura-se e torna-se mais clara, mas a i<strong>de</strong>iaque lhe subjaz é a mesma e, pragmaticamente, po<strong>de</strong>ríamos dizer que preenchema mesma função prática. A formulação canónica da máxima pragmatistaencontra-se nesse texto, muito justamente consi<strong>de</strong>rado o “certificado <strong>de</strong>nascimento” do pragmatismo – pese embora nem nesse trabalho, nem em TheFixation of Belief, o termo seja alguma vez empregue. É possível que Peircenão o tenha feito quer para não obliterar os seus propósitos <strong>de</strong> divulgação dadoutrina – empregando um termo <strong>de</strong>masiado técnico – quer porque no âmbito1 . É-me extremamente <strong>de</strong>sconfortável esta formulação condicional (parece mau jornalismo);mas a verda<strong>de</strong> é que até à conclusão da publicação dos 35 volumes projectados para aedição cronológica das obras <strong>de</strong> Peirce (e até agora apenas foi dado à estampa o sexto), muitosdos seus escritos permanecem inéditos, e muitos também por datar convenientemente, <strong>de</strong>modo que uma afirmação que se reporte aos Collected Papers, ou à série <strong>de</strong> materiais entretantopublicados, tem necessariamente <strong>de</strong> usar esse condicional. Anoto ainda que Esposito,em Evolutionary Metaphysics, crê registar traços da máxima num trabalho <strong>de</strong> Peirce <strong>de</strong> 1870,texto datado <strong>de</strong> um ano antes. Isto para assinalar que o tema não é pacífico nem está assente<strong>de</strong> uma vez por todas. Cf. ESPOSITO, John, Evolutionary Metaphysics — The Developmentof Peirce’s Theory of Categories, Ohio University Press, sd, Ohio.2 . “Are the facts such, that if we could have an i<strong>de</strong>a of the thing in question, we shouldinfer its existence, or are they not? If not, no argument is necessary against its existence(. . . ) A better rule for avoiding the <strong>de</strong>ceits of language is this: do things fulfill the samefunction practically? Let them be signified by the same word. Do they not? Then let them bedistinguished (. . . ) Why use the term a general i<strong>de</strong>a in such a sense as to separate things which,for all experiential purposes, are the same?”, PEIRCE, <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs, Writings of <strong>Charles</strong>San<strong>de</strong>rs Peirce: A Chronological Edition, vol. 2, ed. FISCH, Max, et al., Bloomington, IndianaUniversity Press, p.483.www.labcom.pt✐✐✐✐

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