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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 61Ora este “cientismo” 83 <strong>de</strong> Peirce, que liga a elucidação do significado àverificabilida<strong>de</strong> das experiências possíveis, é limitado em relação à hermenêutica<strong>de</strong> “orientação humanístico-científica” que Apel <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>. EnquantoPeirce clarifica o significado relacionando-o, por meio <strong>de</strong> abstracção, à experiênciaque qualquer homem, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do seu enraizamento sóciohistórico,po<strong>de</strong> realizar, Apel <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que a interpretação e o significado estãosujeitos a uma mediação histórica da tradição. Assim, mesmo uma elucidaçãodo significado <strong>de</strong> tipo pragmático pressupõe uma pré-compreensão emlinguagem comum.Desta “lei hermenêutica básica”, como lhe chama, parte Apel para a <strong>de</strong>fesada tese <strong>de</strong> que o sujeito <strong>de</strong> interpretação sígnica da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicaçãoé um indivíduo histórico radicado num mundo concreto. A comunida<strong>de</strong><strong>de</strong> interpretação humana não po<strong>de</strong> reduzir-se à comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> scholars,e é neste sentido <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> alcancemais vasto que Apel <strong>de</strong>safia o “cientismo” peirceano, propondo-se esten<strong>de</strong>r oseu alcance a territórios que lhe estariam peirceanamente vedados.2.13 Jogo <strong>de</strong> linguagem transcen<strong>de</strong>ntal e comunida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> comunicaçãoNa filosofia transcen<strong>de</strong>ntal semioticamente transformada que Apel reconstrói,o significado passa a ser assegurado numa comunida<strong>de</strong> interpretativa,e não, como sucedia na filosofia da consciência, na síntese da apercepção.Consequentemente, a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação que é necessário postularocupa o lugar do sujeito transcen<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> ciência e, simultaneamente, o <strong>de</strong>objecto das ciências sociais, que exercem uma activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> penetração autoreflexiva.84Esta comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação ilimitada tem <strong>de</strong> postular um jogo <strong>de</strong>linguagem transcen<strong>de</strong>ntal – o filosófico – como pressuposição necessária a83 . Apel reconhece, no entanto, em From Pragmatism to Pragmaticism, que ao transitar parao nóvel conceito <strong>de</strong> pragmaticismo Peirce respon<strong>de</strong> em parte a esta objecção <strong>de</strong> “cientismo”que se lhe coloca, pela integração da máxima pragmatista no contexto mais vasto das trêsciências normativas, da lógica da abdução, e da sua metafísica cosmológica.84 . Apel chegará a comparar esta activida<strong>de</strong> ao círculo perfeito do auto-conhecimento nahermenêutica hegeliana.www.labcom.pt✐✐✐✐

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