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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 21em tais casos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> contextos específicos e <strong>de</strong> inquirições particulares,mas a existência <strong>de</strong> um telos universal, <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m cósmica em progressão,ten<strong>de</strong>rá, por sobre todos os particularismos, a orientá-la para um mesmo fim.Tornar o mundo mais razoável envolve agir <strong>de</strong> forma a criar e suster umacomunida<strong>de</strong>. Como consequência do princípio <strong>de</strong> Peirce da continuida<strong>de</strong>,a completa individualida<strong>de</strong> ou particularida<strong>de</strong> é impossível. Segue-se que“tornar o mundo mais razoável” é um assunto público e não privado, umaquestão social e comunitária. Mas segue-se também que ao fazer parte <strong>de</strong> umuniverso que se orienta em direcção a um fim bem <strong>de</strong>terminado – concretereasonableness – o homem também se orienta para esse fim. Há pois umtelos para as suas acções, que permite sonhar com a esperança <strong>de</strong> um mundomelhor, mais razoável e feliz. A comunida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> perseguir esses fins, proporo aperfeiçoamento do indivíduo sob forma do cultivo das virtu<strong>de</strong>s, mas no fim,God only knows, porque, se inelutavelmente a acção do homem se encaminhapara fins sempre mais elevados, não po<strong>de</strong> o homem avaliar sem hipótese <strong>de</strong>erro se <strong>de</strong>terminada acção realiza, ou não, esse fim. Tem <strong>de</strong> acreditar que ofará. Como impreterivelmente fará.Ora esta, parece-me, é que po<strong>de</strong> constituir uma base racionalmente unificadapara a prossecução do diálogo e do inquiry no seio da comunida<strong>de</strong>,<strong>de</strong>terminando quais as virtu<strong>de</strong>s, os hábitos <strong>de</strong>sejáveis e os fins a cultivar. Oponto <strong>de</strong> partida, pois, para uma ética do discurso, ou da tentativa <strong>de</strong> reconstruiruma ética das virtu<strong>de</strong>s que não per<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> vista a universalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> taltelos, se compraz na resolução cocreta <strong>de</strong> problemas dados.Mas isto é muito mais uma sugestão <strong>de</strong>mandando further inquiry, queuma perspectiva da ética como a que foi <strong>de</strong>rramada há mais <strong>de</strong> dois mil anossobre a cabeça <strong>de</strong> um príncipe que passeava no Sinai. Em suma, é o início do<strong>de</strong>bate, não o seu termo pois ele não terá fim.“O meu livro não trará instrução para inculcar em ninguém.Tal como um tratado matemático, sugerirá certas i<strong>de</strong>ias e certasrazões para sustentar que são verda<strong>de</strong>iras; mas se as aceitar<strong>de</strong>s,será porque gostais das minhas razões, e a responsabilida<strong>de</strong> permanececonvosco. O homem é essencialmente um animal social;mas ser social é uma coisa, e ser gregário é outra. Declino a função<strong>de</strong> pastor <strong>de</strong> rebanhos. O meu livro é para pessoas que querem<strong>de</strong>scobrir; e as pessoas que querem que a filosofia lhes sejawww.labcom.pt✐✐✐✐

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