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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 115humana e da comunida<strong>de</strong> que é sujeito <strong>de</strong> investigação científica com a ciência”.85 Esse é, do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> Apel, o gran<strong>de</strong> legado <strong>de</strong> Peirce. Aosubstituir o sujeito em geral kantiano, tem não obstante <strong>de</strong> reter o seu papeltranscen<strong>de</strong>ntal, sob pena <strong>de</strong> regressão objectificante. “Tem <strong>de</strong> constituir umametadimensão a toda a objectificação teorética <strong>de</strong> <strong>sistema</strong>s dos empreendimentossociais humanos”, dirá Apel. 86Mas <strong>de</strong>ste legado, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>, <strong>de</strong>corre também a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ir além <strong>de</strong>Peirce e <strong>de</strong> todas as formas ocultas <strong>de</strong> cientismo. A concepção peirceana <strong>de</strong>um mundo <strong>de</strong> hábitos e instituições sociais e históricas que não estão fixadasab initio <strong>de</strong>manda necessariamente uma auto-responsabilização do homem,que se confronta então com outras tarefas, para além <strong>de</strong> objectificar e explicaro mundo através da ciência, ou dominá-lo em busca da eficiência máxima pormeio da tecnologia. O compromisso ético é aqui exigido porque enquantomembros <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intérpretes os seres humanos têm <strong>de</strong> permanecercomprometidos na ciência e na vida, isto é, serem simultaneamentesujeito-objecto do conhecimento racional e <strong>de</strong> uma praxis eticamente empenhada.É precisamente esta fundação transcen<strong>de</strong>ntal e semiótica da filosofia <strong>de</strong>Peirce, o a priori da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação, com a sua exigência ética<strong>de</strong> auto-responsabilização, que funcionará como i<strong>de</strong>al inspirador para a abordagemfilosófica do próprio Apel à ética da comunicação. A partir <strong>de</strong>sta leitura<strong>de</strong> Peirce, da qual procura extrair as consequências últimas, Apel parte parao que concebe como uma Transformação da Filosofia, em direcção a um paradigmacomunicativo e hermenêutico <strong>de</strong> Filosofia Primeira que garanta umanova fundação das ciências humanas, concebendo-as como ciências do entendimentocomunicativo.85 . APEL, Karl-Otto, <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce — from Pragmatism to Pragmaticism, 1995,Humanities Press, New Jersey, p. 193.86 . APEL, Karl-Otto, <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce — from Pragmatism to Pragmaticism, 1995,Humanities Press, New Jersey, p. 193.www.labcom.pt✐✐✐✐

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