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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 217ção e a busca por uma nova crença que venha estabilizar os comportamentos,terminando com esse estado <strong>de</strong> insatisfação.O primeiro método <strong>de</strong> fixar a crença que Peirce consi<strong>de</strong>ra é o da tenacida<strong>de</strong>:trata-se <strong>de</strong> se agarrar teimosamente às crenças que já se possuem, recusandoexaminá-las ou <strong>de</strong>ixá-las. Este método aparentemente eficaz, acabapor falhar a médio prazo porque “o impulso social está contra ele”. De facto,o homem acaba por verificar que por toda a parte as crenças são diferentes,e isso levá-lo-á a instalar a dúvida no seu espírito, abalando o quadro da suatenacida<strong>de</strong>. Ora essa diversida<strong>de</strong> e essa dúvida acabam por <strong>de</strong>struir o método.A opinião do homem <strong>de</strong>ve sempre ser influenciada pela dos outros, poisesse “é um impulso tão forte no homem que não po<strong>de</strong>ria ser suprimido sem perigo<strong>de</strong> <strong>de</strong>struir a espécie humana”. 18 As fraquezas do método da tenacida<strong>de</strong>só po<strong>de</strong>riam ser obviadas se o homem se transformasse num eremita. Ora se éo aspecto social que faz perigar a via da tenacida<strong>de</strong>, o problema está pois emcomo fixar a crença “não meramente para o indivíduo, mas na comunida<strong>de</strong>”, 19o que nos conduz ao método seguinte.Uma segunda via <strong>de</strong> fixar a crença é o método dogmático, que consiste emimpor a uma população ou socieda<strong>de</strong>, por via política, uma série <strong>de</strong> crençasque estes <strong>de</strong>verão aceitar; e que <strong>de</strong>verão ser reforçadas com dura repressãosobre os refractários. Sendo superior ao da tenacida<strong>de</strong>, este é outro métodoque acaba por não revelar bons frutos a médio e longo prazo, porque “as cruelda<strong>de</strong>sacompanham sempre este <strong>sistema</strong>; e quando é prosseguido consistentemente,tornam-se atrocida<strong>de</strong>s do tipo mais horrível aos olhos do homemracional”. 20 Além disso escon<strong>de</strong> outra fraqueza: alguns homens acabam inevitavelmentepor se elevar acima da sua condição <strong>de</strong> “escravos intelectuais”, epor reparar que em sítios diferentes os homens crêem coisas diferentes. Verificaremque as crenças são, <strong>de</strong> certa forma, aci<strong>de</strong>ntais e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> factoresexógenos instalará a dúvida no seu espírito, e conduzirá o método ao fracasso.É necessário um método que não só produza um “impulso para acreditar”como “<strong>de</strong>cida que proposições <strong>de</strong>vem ser acreditadas”. 21 O terceiro modopremisses are not in fact doubted at all, they cannot be more satisfactory than they are”, inCollected Papers, 5.376.18 . Collected Papers, 5.378.19 . I<strong>de</strong>m.20 . Collected Papers, 5.379.21 . Collected Papers, 5.382.www.labcom.pt✐✐✐✐

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