13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 91tuais formados por associação. Peirce, pelo contrário, enten<strong>de</strong> o hábito comoo meio pelo qual os pensamentos são transmitidos: como uma encarnação do“espírito” ou terceirida<strong>de</strong>.Peirce prova que a formação <strong>de</strong> um hábito é uma indução, estando por issoligada à abstracção: “A atenção produz efeitos sobre o <strong>sistema</strong> nervoso. Essesefeitos são hábitos, associações nervosas. Um hábito surge quando, tendo tidoa sensação <strong>de</strong> executar um certo acto, m, em diferentes ocasiões, a, b, c, nóspassamos a executá-lo em qualquer ocorrência do acontecimento geral l, doqual a, b e c são casos especiais. Isto é, pela cognição <strong>de</strong> que se qualquer caso,a, b ou c, é um caso <strong>de</strong> m, é <strong>de</strong>terminada a cognição <strong>de</strong> que qualquer caso <strong>de</strong>l é um caso <strong>de</strong> m. Assim, a formação <strong>de</strong> um hábito é uma indução, e está,consequentemente, necessariamente ligada com a atenção ou abstracção”. 36O final do ensaio consi<strong>de</strong>ra as consequências do princípio segundo o qual“o absolutamente incognoscível é absolutamente inconcebível” 37 , pois comoo significado <strong>de</strong> uma palavra é a concepção que esta veicula, o incognoscívelnão tem significado, visto não po<strong>de</strong>rmos ter <strong>de</strong>le concepção alguma. DaquiPeirce <strong>de</strong>duzirá, como Apel já <strong>de</strong>monstrou, a sua “teoria da realida<strong>de</strong>”: oreal tem <strong>de</strong> ser cognoscível até certo ponto, e é o produto, não a causa, daactivida<strong>de</strong> mental do homem enquanto elemento inserido numa comunida<strong>de</strong>sem limites <strong>de</strong>finidos e capaz <strong>de</strong> um aumento <strong>de</strong> conhecimento in<strong>de</strong>finido.Última conclusão do ensaio: se não há coisa-em-si incognoscível, entãoa manifestação fenomenal da substância é a própria substância, don<strong>de</strong> “<strong>de</strong>vemosconcluir que a mente é um signo que se <strong>de</strong>senvolve <strong>de</strong> acordo com asleis da inferência” 38 . Peirce i<strong>de</strong>ntificará o seu princípio do homem-signo aomesmo tempo que explora a relação do homem com a linguagem, concluindoque esta se salda por uma troca e aumento recíproco <strong>de</strong> informação. Se cada36 . “ Attention produces effects upon the nervous system. These effects are habits, or nervousassociations. A habit arises, when, having had the sensation of performing a certain act,m, on several occasions a, b, c, we come to do it upon every occurrence of the general event,l, of which a, b and c are special cases. That is to say, by the cognition that every case of a,b, or c, is a case of m, is <strong>de</strong>termined the cognition that every case of l is a case of m. Thusthe formation of a habit is an induction, and is therefore necessarily connected with attentionor abstraction. Voluntary actions result from the sensations produced by habits, as instinctiveactions result from our original nature”, Writings of <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce: A ChronologicalEdition, ed. FISCH, Max, et al., Bloomington, Indiana University Press, vol. II, p. 232.37 . “...the absolutely incognizable is absolutely inconceivable...”, ibi<strong>de</strong>m, p. 238.38 . Ibi<strong>de</strong>m, p. 240.www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!