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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 9interessa-me <strong>de</strong>stacá-lo em termos dos próprios fins <strong>de</strong>ste trabalho, e não meparece <strong>de</strong> todo ilícito fazê-lo já que o relevo dado a Peirce <strong>de</strong>ntro da obra <strong>de</strong>Apel é, indubitavelmente, gran<strong>de</strong>.Pese embora a omnipresença e a menção constante <strong>de</strong> Peirce em toda asua obra, Apel <strong>de</strong>dica-lhe também um trabalho <strong>de</strong> maior fôlego, o volumeFrom Pragmatism to Pragmaticism. Neste, o pensamento <strong>de</strong> Peirce é analisado<strong>de</strong> forma cronológica, dividindo-o em quatro períodos caracterizadospor diferentes abordagens e problemáticas filosóficas. No primeiro consi<strong>de</strong>raseque Peirce opera a transformação semiótica da filosofia transcen<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong>Kant, orientando-a do tema da consciência para o dos processos semióticose intersubjectivida<strong>de</strong>. Acompanham esta transformação uma nova teoria darealida<strong>de</strong>, que é pragmática e a encara como o in<strong>de</strong>finidamente cognoscível; eque tem como corolário uma nova teoria do conhecimento – o falibilismo – euma concepção <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> como princípio regulador obtível in the long run.A segunda fase consi<strong>de</strong>rada por Apel compreen<strong>de</strong> a primeira formulaçãodo pragmatismo por Peirce, tal como foi empreendida no Clube Metafísico, ereiterada em How to Make our I<strong>de</strong>as Clear e The Fixation of Belief. Segue-seum período em que se <strong>de</strong>dica a vasta e ousada reflexão metafísica e cosmológica,empreen<strong>de</strong>ndo um enquadramento mais vasto para as concepções atéaí formuladas: teorias da realida<strong>de</strong>, do conhecimento, e pragmatismo. Porúltimo, o turn final da sua filosofia ocorre quando trata a reformulação dopragmatismo em pragmaticismo, que mais não é que a tentativa <strong>de</strong> o ligar àlógica da abdução, às ciências normativas, e à totalida<strong>de</strong> do seu <strong>sistema</strong> filosófico,o Sinequismo.Por fim procuro atingir o cerne do momento construtivo <strong>de</strong> Apel, a Éticado Discurso, mais tar<strong>de</strong> rebaptizada Ética da Discussão, tendo em conta a suaarquitectura, os contributos anteriores e o diálogo que com eles estabelece, e,last but not least, as suas limitações.A ética do discurso constitui a preocupação central do último Apel, orientandoo seu pensamento para uma re-transcen<strong>de</strong>ntalização da filosofia quedissolva o solipsismo metódico herdado da ciência mo<strong>de</strong>rna. E isso opera-sepressupondo a valida<strong>de</strong> intersubjectiva <strong>de</strong> normas morais, pois esta é a condiçãomesma da própria objectivida<strong>de</strong> científica. Uma norma moral básica,intersubjectivamente válida, é pré-condição <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualquer discursose a existência <strong>de</strong> uma linguagem privada for impossível. Assim sedissolve o solipsismo: supondo uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação em que towww.labcom.pt✐✐✐✐

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