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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐288 Anabela Gradimque a pegada do lobo represente antes o lobo que a ovelha — embora <strong>de</strong>poisao representar à potência, objectificando-se, o signo estabeleça com ela umarelação <strong>de</strong> razão. 68 Esta dupla relação do signo, ao referente e ao intelectoque conhece, oferece razão para equívocos, diz João <strong>de</strong> São Tomás, pois nãopoucos autores, ao verificarem que a apreensibilida<strong>de</strong> do signo é uma relação<strong>de</strong> razão “julgam que a própria razão do signo é simplesmente uma relação <strong>de</strong>razão”. Mas já na ligação dos signos convencionais ao objecto, essa relação é,sem qualquer dificulda<strong>de</strong>, <strong>de</strong> razão, fundada na instituição “pública” <strong>de</strong> umaconvenção.No final do Livro I, no resumo e apanhado geral que se segue a todos oscapítulos, João <strong>de</strong> São Tomás insiste fundamentalmente na importância da <strong>de</strong>finição<strong>de</strong> signo, nas condições requeridas para que alguma coisa seja signo, ecomo distinguir entre um signo e outros manifestativos que não o são — casoda imagem, da luz que manifesta as cores ou do objecto que se manifesta asi mesmo: é que o signo é sempre inferior ao que <strong>de</strong>signa, porque no caso<strong>de</strong> ser igual ou superior <strong>de</strong>struiria a essência do signo. É por esta razão queDeus não é signo das criaturas, embora as represente, e uma ovelha nunca ésigno <strong>de</strong> outra ovelha, embora possa ser sua imagem. Assim, as condiçõesnecessárias para que algo seja signo são a existência <strong>de</strong> uma relação para oobjecto enquanto algo que é distinto <strong>de</strong> si e manifestável à potência; é aindanecessário que o signo se revista da natureza do representativo; <strong>de</strong>verá tambémser mais conhecido que o objecto em relação ao sujeito que o apreen<strong>de</strong>;e ainda inferior, mais imperfeito, e distinto, que a coisa que significa.O Livro II, ou Quaestio XXI, trata não já da natureza do signo mas das suasdivisões. Temas fundamentais dos seis artigos que constituem a Quaestio sãoa a<strong>de</strong>quabilida<strong>de</strong> da divisão <strong>de</strong> signo em formal e instrumental; se os conceitos,as espécies impressas e o próprio acto <strong>de</strong> conhecer pertencem à categoriados signos formais; se é apropriada a divisão dos signos em naturais, convencionaise consuetudinários; e se o signo consuetudinário é verda<strong>de</strong>iramenteum signo, ou po<strong>de</strong> reduzir-se à categoria dos convencionais.No Livro III, o último do Tractatus, João <strong>de</strong> São Tomás <strong>de</strong>dica-se, em68 . A realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tal relação tem fundas implicações gnosiológicas, já que nela resi<strong>de</strong> acognoscibili<strong>de</strong> dos entes. “(. . . ) Para que alguma coisa em si própria seja cognoscível, nãopo<strong>de</strong> ser simples produto da razão; e que seja mais cognoscível relativamente a outra coisa,tornando-a representada, é também alguma coisa real no caso dos signos naturais. Logo, arelação do signo, nos signos naturais, é real”, afirma João <strong>de</strong> São Tomás.www.labcom.pt✐✐✐✐

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