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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 315soa, efeito esse a que chamo o seu interpretante, que o último é mediatamente<strong>de</strong>terminado pelo primeiro”. 145Decorre <strong>de</strong>stas caracterizações <strong>de</strong> signo que este é um objecto que tornaum outro manifesto ou presente a um intérprete, que se encontra também <strong>de</strong>alguma forma em relação com o objecto que tal signo representa, ou seja, émediatamente afectado por ele.Porque insiste Peirce que tal acção é triádica e não po<strong>de</strong> ser subsumidaa conjuntos <strong>de</strong> día<strong>de</strong>s? A forma canónica da acção triádica é a relação <strong>de</strong>doação: A dá B a C, isto é, torna C possuidor <strong>de</strong> B <strong>de</strong> acordo com uma regra oulei. Não é necessário que haja uma troca física <strong>de</strong> objectos, mas sim uma regraque torne C proprietário do objecto doado. Ora é precisamente este tipo <strong>de</strong>acção triádica que é <strong>de</strong>senvolvido pelo signo. Ele é o elemento mediador quefaz com que, a partir <strong>de</strong> si, um objecto se dê a um intérprete; ou, dito <strong>de</strong> outraforma, seja produzido um interpretante que se relacione ao objecto da mesmaforma que o próprio signo a ele se relaciona. E este conjunto <strong>de</strong> relaçõesque o signo estabelece não po<strong>de</strong> ser reduzido à acção diádica porque envolveuma espécie <strong>de</strong> regra ou lei, aquela que faz com que o signo produza um<strong>de</strong>terminado efeito e não outro. Toda a relação triádica possui um elemento“mental” que a distingue da simples acção e reacção. 146Por isso semiose é <strong>de</strong>finida como “a acção ou influência, que é, ou envolve,a cooperação <strong>de</strong> três sujeitos, sejam eles o signo, o seu objecto, e oseu interpretante, a sua influência tri-relativa não sendo <strong>de</strong> modo algum resolúvelà acção entre pares”; 147 e o elemento <strong>de</strong> terceirida<strong>de</strong> aí presente não éalguma eventual ocorrência passada <strong>de</strong>ssa relação, que seria meramente umainstância <strong>de</strong>la, mas resi<strong>de</strong> no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sse signo <strong>de</strong> representar o seu objecto,po<strong>de</strong>r esse que se baseia numa regra ou hábito – correspon<strong>de</strong> ao fundamento.“A relação triádica [do signo ao objecto] tem <strong>de</strong> consistir num po<strong>de</strong>r do representamenpara <strong>de</strong>terminar algum interpretante para ser um representamendaquele mesmo objecto”, 148 explica Peirce ao ilustrar a acção triádica.O tema também está presente naquela que é provavelmente a mais conhecida,e também mais completa, <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> signo ou representamen, a queassevera ser este “algo que está para alguém a algum respeito ou capacida<strong>de</strong>.145 . I<strong>de</strong>m, p. 81.146 . Cf. Collected Papers, 5.472-73.147 . Collected Papers, 5.484.148 . Collected Papers, 5.542.www.labcom.pt✐✐✐✐

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