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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐Arquitectónica e Metafísica Evolucionária 309ser uma regra, um tipo <strong>de</strong> acção. Essencial à acção do signo é, não que ointerpretante seja mental, mas que a sua produção seja triádica. No caso daor<strong>de</strong>m militar, há a vonta<strong>de</strong> do oficial, a or<strong>de</strong>m que este emite, signo <strong>de</strong>ssavonta<strong>de</strong>, e o interpretante que <strong>de</strong>la resulta, o acto <strong>de</strong> levar a arma ao ombro;sendo que essa acção, que o signo realiza, é teleológica, pois se trata da expressão<strong>de</strong> uma vonta<strong>de</strong>. Essa vonta<strong>de</strong> é um telos, inscrito numa relação emque dois termos são ligados a partir <strong>de</strong> um terceiro, produzindo-se o processo<strong>de</strong> semiose. 122Além disso, o interpretante lógico, que constitui o significado do signo, égeral, da natureza <strong>de</strong> um hábito, pois estimula <strong>de</strong>terminadas formas <strong>de</strong> agir,sob <strong>de</strong>terminadas circunstâncias, isto é, é da natureza <strong>de</strong> um condicional ouwould be (ante <strong>de</strong>terminado estímulo [ombro, arma] e sob <strong>de</strong>terminadas circunstâncias[ser militar], agir-se-ia da seguinte forma, ou produzir-se-ia o seguinteresultado). 123Por estas razões, Peirce acaba por i<strong>de</strong>ntificar o interpretante lógico como hábito, 124 que ocorre quando “por múltiplo e reiterado comportamento domesmo tipo” se produz uma tendência, que mais não é que “comportar-se <strong>de</strong>forma semelhante, sob circunstâncias semelhantes, no futuro”. 125 Ora se sóum hábito po<strong>de</strong>rá ser o interpretante lógico final, 126 pois à acção falta generalida<strong>de</strong>,e o conceito é-lhe inferior, “o mais perfeito account <strong>de</strong> um conceito122 . Como Hausman nota: “Para uma coisa funcionar plenamente como signo, tem <strong>de</strong> sercomponente <strong>de</strong> um processo em que um signo media por um fim. Tem <strong>de</strong> funcionar teleologicamente:o carácter teleológico da semiose marca o signo no processo como símbolo (...) Estarelação triádica [do símbolo] <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um telos porque o representamen funciona direccionalmentee com um fim que preenche o processo no qual funciona. A direcção é da relaçãodo representemen para o seu objecto e para o seu interpretante <strong>de</strong>terminado. A formulação dointerpretante é o fim ou o cumprimento <strong>de</strong> uma fase do processo semiótico – um cumprimentoprovisório, é certo, pois o processo semiótico forma uma ca<strong>de</strong>ia interminável”, HAUSMAN,Carl, <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce’s Evolutionary Philosophy, 1997, Cambridge University Press,MA, p. 90.123 . “ To this may be ad<strong>de</strong>d the consi<strong>de</strong>ration that it is not all signs that have logical interpretants,but only intellectual concepts and the like; and these are all either general or intimatelyconnected with generals, as it seems to me. This shows that the species of future tense of thelogical interpretant is that of the conditional mood, the "would-be"”, Collected Papers, 5.482.124 . “... There remains only habit, as the essence of the logical interpretant...”, CollectedPapers, 5.486.125 . Collected Papers, 5.487.126 . Collected Papers, 5.491.www.labcom.pt✐✐✐✐

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