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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐450 Anabela GradimApesar <strong>de</strong>ste apelo ao sentimento, Peirce também não nega a existência dacrítica racional, ou argumentação, em assuntos éticos; apenas acha que são relativamentepouco importantes. Ele “quereria que começássemos o nosso estudoda Ética fora da esfera do discurso, não em alguma quase-mística esferapara lá da linguagem, mas abaixo da linguagem, numa continuida<strong>de</strong> evolucionáriacom o reino animal”. É que as <strong>de</strong>cisões alcançadas através da discussãosão <strong>de</strong>masiado susceptíveis ao erro para servirem como base à Ética, enquantoo animal que cegamente obe<strong>de</strong>ce ao instinto muito raramente se engana.17.2 Re-teleologizar o mundoContra as investidas do emotivismo contemporâneo, também MacIntyre preten<strong>de</strong>salvar a razão. No seu caso a acção virtuosa po<strong>de</strong> ser racionalmentejustificada porque se <strong>de</strong>bruça sobre questões <strong>de</strong> facto: a a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> meiosa fins – boa acção é a que se orienta para o cumprimento dos fins da comunida<strong>de</strong>on<strong>de</strong> o agente se encontra inserido. O problema aqui é que o éticose reporta sempre a fins comunitários específicos <strong>de</strong> um dado grupo social, ecomunida<strong>de</strong>s distintas po<strong>de</strong>m alimentar fins antagónicos. MacIntyre remetea questão, <strong>de</strong> forma algo obscura, para a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diálogo, e acordo,intercomunitário, mas esta meta-dimensão, por assim dizer, reenvia todo oproblema para o estado pré-neo-aristotélico da questão – aquele on<strong>de</strong> se per<strong>de</strong>u<strong>de</strong> vista a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar um acordo racional – porque seo que doa ao neo-aristotelismo essa possibilida<strong>de</strong> é a recuperação do telos,ele volta a encontrar-se ausente no momento em que as comunida<strong>de</strong>s entre sidiscutem os seus fins.As principais dificulda<strong>de</strong>s do neo-aristotelismo macintyriano são, a meuver, as obscurida<strong>de</strong>s patentes na formulação <strong>de</strong>ssa alternativa comunitarista.After Virtue conhece dois momentos, um <strong>de</strong> diagnóstico, e <strong>de</strong>pois a correspon<strong>de</strong>ntetentativa <strong>de</strong> constituir um projecto que permita escapar à inquietanteconclusão que esse trabalho revelou.Quanto ao primeiro, nada a apontar. É inegável que se vive numa culturatão radicalmente emotivista que a perspectiva <strong>de</strong> lhe escapar saiu há muito dohorizonte do homem comum. A única excepção são pequenos nichos <strong>de</strong> gentereligiosa que funda seguramente a sua moral e acção nos preceitos estabelecidospor Deus. Os restantes gerem, melhor ou pior, uma crise que se vêemwww.labcom.pt✐✐✐✐

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