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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐A Dimensão Comunicacional da Semiótica <strong>de</strong> Peirce 93silogismo, incluindo as críticas <strong>de</strong> Hegel, que <strong>de</strong>smonta reduzindo-as a linguagemformal e mostrando que não obe<strong>de</strong>cem à forma, Peirce convoca entãoa questão que constitui o cerne <strong>de</strong> todo o ensaio. Trata-se <strong>de</strong> saber <strong>de</strong> on<strong>de</strong> obtéma inferência provável a sua valida<strong>de</strong>; como po<strong>de</strong>mos conhecer aquilo quenão chegamos a experienciar ou, em suma, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> obtém o juízo sintético asua a<strong>de</strong>quação quase mágica ao real 43O que faz com que os factos sejam habitualmente tal como as conclusõesindutivas e hipotéticas representam que sejam? O homem possui uma faculda<strong>de</strong><strong>de</strong> intuição intelectual apurada nele pela selecção natural, mas isso nãochega: a valida<strong>de</strong> da inferência <strong>de</strong>ve-se também certamente à própria constituiçãoda natureza. Peirce acaba por fundar a sua valida<strong>de</strong> na certeza a longoprazo da maioria <strong>de</strong>las. “No universo tal como ele é, os argumentos prováveisàs vezes falham; nem po<strong>de</strong> estabelecer-se nenhuma proporção <strong>de</strong>finida <strong>de</strong> casosem que esses argumentos se mantenham; tudo o que po<strong>de</strong> ser dito é que alongo prazo se provam aproximadamente correctos”. 44A inferência provável, que proce<strong>de</strong> da parte para o todo, é idêntica à inferênciaestatística, diz Peirce, portanto a questão resume-se a saber porqueé que as premissas da maioria das induções são válidas, e porque é que oshomens não estão con<strong>de</strong>nados a apegar-se repetidamente àquela minoria <strong>de</strong>induções que não têm valida<strong>de</strong>. A resposta a isto <strong>de</strong>duz-se da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>realida<strong>de</strong>, pois se se pressupõe que <strong>de</strong>ve existir uma opinião final i<strong>de</strong>al sobreessa realida<strong>de</strong>, opinião essa que <strong>de</strong>ve ser atingida numa série suficientementelonga <strong>de</strong> inferências, então a maioria das inferências <strong>de</strong>ve ser válida, e o homemnão possui nenhuma inclinação que o leve a ten<strong>de</strong>r preferencialmentepara as que são erróneas. Peirce conclui que não po<strong>de</strong>mos afirmar a veracida<strong>de</strong>da generalida<strong>de</strong> das induções, mas apenas que, a longo prazo, estas seonly the validity of the syllogism. So that this objection merely amounts to arguing that thesyllogism is not valid, because it is <strong>de</strong>monstrative”, Collected Papers, 2.328.43 . “In the case of probable reasoning, the difficulty is of quite another kind; here, we seeprecisely what the procedure is, we won<strong>de</strong>r how such a process can have any validity at all.How magical it is that by examining a part of a class we can know what is true of the whole ofthe class, and by the study of the past we can know the future; in short, that we can know whatwe have not experienced!”, Writings of <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce: A Chronological Edition, ed.FISCH, Max, et al., Bloomington, Indiana University Press, vol. II, p. 263.44 . Writings of <strong>Charles</strong> San<strong>de</strong>rs Peirce: A Chronological Edition, ed. FISCH, Max, et al.,Bloomington, Indiana University Press, vol. II, p. 266. Itálico nosso.www.labcom.pt✐✐✐✐

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