13.07.2015 Views

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

✐✐✐✐132 Anabela GradimEste propósito fraterno <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> necessita para a sua realização <strong>de</strong> verconstituídos instrumentos científicos próprios – psicanálise e crítica das i<strong>de</strong>ologias– que servirão a estratégia <strong>de</strong> emancipação, permitindo a explicação dasestruturas reificadas e a autocompreensão reflexiva do homem. Porém, apesar<strong>de</strong> todo o optimismo do momento construtivo, e da forma como resolutamenteenfrenta os escolhos teóricos, Apel é forçado a encarar a momentosa questãoda articulação da fundação filosófica com a praxis historicamente enraizada.E aí a “estratégia <strong>de</strong> emancipação”, como se lhe refere, coloca um “<strong>de</strong>licadíssimoproblema moral” – o do estabelecimento dos critérios pelos quais umsujeito po<strong>de</strong> reclamar-se <strong>de</strong> uma consciência emancipada e do papel <strong>de</strong> terapeutasocial ou agente <strong>de</strong> emancipação. E aqui a resposta <strong>de</strong> Apel não étotalmente satisfatória.Como escolher? Escolhemos suspensos do vazio. Apel limita-se a reconhecero problema e a aceitá-lo, não a resolvê-lo. “”Tomar uma causa” numasituação histórica concreta envolverá sempre um comprometimento precárioque não po<strong>de</strong> ser coberto nem pelo conhecimento científico, nem pelo filosófico.Neste ponto – e não mais cedo quando a causa da emancipação, quepo<strong>de</strong> ser filosoficamente justificada, é abraçada – todos têm <strong>de</strong> tomar para siuma <strong>de</strong>cisão moral <strong>de</strong> fé não fundada ou não completamente fundável”. 32A conclusão <strong>de</strong> Apel é pois uma que se autolimita no ponto on<strong>de</strong> a articulaçãoentre a fundação i<strong>de</strong>al e a praxis empírica atinge um impasse irresolúvel– a <strong>de</strong>cisão moral sobre a trincheira emancipatória que se ocupará, aquela precisamenteque interessa, porque se repercute no mundo, não é fundável – tem<strong>de</strong> ser remetida para o campo da <strong>de</strong>cisão solitária, iluminada pela fé ou pelaauto-compreensão e reflexão transcen<strong>de</strong>ntais. Mesmo aí, porém, o percursonão terá sido em vão, pois Apel crê que a noção <strong>de</strong> crítica e a emulação da comunida<strong>de</strong><strong>de</strong> comunicação i<strong>de</strong>al são os melhores instrumentos que po<strong>de</strong> haverpara o sujeito se aproximar da autocompreensão reflexiva e da transparênciaKarl-Otto, Towards a Transformation of Philosophy, 1980, Routledge & Kegan Paul, London,p. 283.32 . “Taking up a cause in a concrete historical situation will allways involve a precariouscommitment that can be covered neither by philosophical, nor by scientific knowledge. Atthis point – and not earlier when the cause of emancipation is taken up, which can be philosophicallyjustified – everyone must take upon himself a non-groundable or not completelygroundable “moral” <strong>de</strong>cision of faith”, in APEL, Karl-Otto, Towards a Transformation of Philosophy,1980, Routledge & Kegan Paul, London, p. 285www.labcom.pt✐✐✐✐

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!