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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐424 Anabela Gradimidênticas para todos os homens, tinha por projecto justificar a moralida<strong>de</strong> através<strong>de</strong> um teste racional que discriminasse as máximas que são genuína expressãoda lei moral. Rejeita também as concepções tradicionais <strong>de</strong> que resultammorais heterónomas, como a que vê o seu fundamento na felicida<strong>de</strong> doindivíduo ou na palavra <strong>de</strong> Deus, pois a lei moral tem, acredita, um carácterincondicionalmente categórico. A razão prática, segundo Kant, não empregacritérios exteriores a ela própria, nem po<strong>de</strong> apelar para conteúdos <strong>de</strong>rivadosda experiência. É da essência da razão estabelecer princípios que são universais,categóricos e internamente consistentes - portanto a moralida<strong>de</strong> racional,em versão kantiana, estabelecerá princípios que <strong>de</strong>vem ser seguidos por todosos homens. Neste sentido, a primeira formulação encontrada para o imperativocategórico é: Devo proce<strong>de</strong>r sempre <strong>de</strong> maneira que eu possa querertambém que a minha máxima se torne uma lei universal. A lei moral é universal,necessária e apodíctica e expressa-se no imperativo categórico: a acçãoé representada como boa em si mesma e não como visando um fim, sendoportanto objectivamente necessária. Daí as máximas do imperativo categórico:age sempre segundo uma máxima que possas ao mesmo tempo quererque ela se torne lei universal, age <strong>de</strong> tal maneira que uses a humanida<strong>de</strong>, tantona tua pessoa como na <strong>de</strong> qualquer outro, sempre simultaneamente como fime nunca simplesmente como meio, e que a vonta<strong>de</strong> se possa consi<strong>de</strong>rar a simesma como constituindo simultaneamente por intermédio da sua máximauma legislação universal. 18A principal crítica <strong>de</strong> MacIntyre a esta formulação da lei moral enquantoproposição universalizável é que ela po<strong>de</strong>rá validar com sucesso também máximastriviais ou mesmo imorais. 19 Claro que Kant estava convencido <strong>de</strong> quetal não era possível, e isso porque o seu teste <strong>de</strong> universabilida<strong>de</strong> tinha umconteúdo moral que as excluiria. Esse conteúdo moral manifesta-se na equivalênciaentre o imperativo categórico e a máxima que comanda o tratamentoda humanida<strong>de</strong>, seja o próprio, sejam os outros, como fim e não como meio.18 . MACINTYRE, Alasdair, 1981, After Virtue – A Study in Moral Theory, GeneralDuckWorth & Co., London, pp. 44 e ss.19 . “It is very easy to see that many immoral and trivial non-moral maxims are vindicatedby Kant’s test quite as convincingly than the moral maxims which Kant aspires to uphold. So,“keep all your promosses throughout your life except one”, “persecute all those who hold falsereligious beliefs” and “always eat mussels on Mondays in March” will all pass Kant’s test, forall can be consistently universalized”, i<strong>de</strong>m, p. 46.www.labcom.pt✐✐✐✐

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