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Comunicação e Ética: O sistema semiótico de Charles ... - Ubi Thesis

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✐✐✐✐Ética e heteronomia 435auto<strong>de</strong>termina perfeitamente, no mundo estará sempre sujeito a uma série <strong>de</strong>constrangimentos.O homem é nas suas acções e práticas, bem como nas suas ficções, essencialmenteum animal contador <strong>de</strong> histórias. Não há nenhuma maneira <strong>de</strong>compreen<strong>de</strong>r uma socieda<strong>de</strong> a não ser através do conjunto <strong>de</strong> histórias, <strong>de</strong>mitos, que constituem os seus recursos dramáticos iniciais. As histórias <strong>de</strong>sempenhamum papel essencial na educação para as virtu<strong>de</strong>s. Esta concepçãonarrativa do eu exige duas coisas: o homem é aquilo que os outros o tomampor ser; e é também o sujeito <strong>de</strong> uma história que é a sua e <strong>de</strong> mais ninguéme que tem o seu sentido particular. A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma vida individual consisteassim na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma narrativa encarnada numa vida particular. A unida<strong>de</strong>da vida humana é a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>manda (quest) narrativa. As <strong>de</strong>mandaspo<strong>de</strong>m às vezes falhar, ser frustradas, abandonadas ou dissiparem-se em distracções;e as vidas humanas po<strong>de</strong>m falhar em qualquer uma <strong>de</strong>stas maneiras.Mas os únicos critérios <strong>de</strong> sucesso ou <strong>de</strong> fracasso numa vida humana comoum todo são os critérios <strong>de</strong> sucesso ou <strong>de</strong> fracasso numa <strong>de</strong>manda narrada oupara-ser-narrada.Para os medievais, sem a concepção <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado telos final a <strong>de</strong>mandanão po<strong>de</strong> ser iniciada. É necessária uma concepção do bem para ohomem. De on<strong>de</strong> retiram os medievais essa concepção? É procurando umaconcepção do bem que nos permitirá or<strong>de</strong>nar os outros bens, por uma compreensãodo bem que nos permitirá compreen<strong>de</strong>r o lugar da integrida<strong>de</strong> e constânciana vida, que inicialmente se <strong>de</strong>fine o tipo <strong>de</strong> vida que é uma <strong>de</strong>mandado bem. A <strong>de</strong>manda medieval também não é inicialmente uma busca <strong>de</strong> algojá dado; só no <strong>de</strong>curso da <strong>de</strong>manda o seu objectivo virá a ser compreendido.As virtu<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> MacIntyre, <strong>de</strong>vem portanto ser entendidas comoaquelas disposições que não apenas sustêm as práticas e nos permitem alcançaros bens internos às práticas, mas que também nos mantêm na <strong>de</strong>mandarelevante do bem, permitindo-nos ultrapassar os perigos, males e tentaçõesque encontramos, e que nos fornecerão cada vez mais autoconhecimento ecada vez mais conhecimento do bem. O catálogo das virtu<strong>de</strong>s inclui portantovirtu<strong>de</strong>s que nos permitirão manter o tipo <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s nas quais oshomens po<strong>de</strong>m procurar pelo bem em conjunto, e as virtu<strong>de</strong>s necessárias à investigaçãofilosófica sobre o carácter do bem. Chega então MacIntyre a umaconclusão provisória sobre a boa vida para o homem: a boa vida para o homemé a vida passada na procura da boa vida para o homem, e as virtu<strong>de</strong>swww.labcom.pt✐✐✐✐

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