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Fenomenologia da Percepção - Charlezine

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o CORPO 175<br />

abstrato e o movimento concreto, entre o Zelgen e o Greifen.<br />

Ela só poderá ser manti<strong>da</strong> se para o corpo existirem várias maneiras<br />

de ser corpo, para a consciência várias maneiras de ser consciência.<br />

Na medi<strong>da</strong> em que o corpo é definido pela existência em si,<br />

ele funciona uniformemente como um mecanismo; na medi<strong>da</strong><br />

em que a alma é defini<strong>da</strong> pela pura existência para si, ela<br />

só conhece objetos desdobrados diante de si. A distinção entre<br />

o movimento abstrato e o movimento concreto não se confunde<br />

portanto com a distinção entre o corpo e a consciência,<br />

ela não pertence à mesma dimensão reflexiva, ela só tem<br />

lugar na dimensão do comportamento. Os fenômenos patológicos<br />

fazem variar sob nossos olhos algo que não é a pura<br />

consciência de objeto. Desmoronamento <strong>da</strong> consciência e liberação<br />

do automatismo, este diagnóstico <strong>da</strong> psicologia intelectualista,<br />

assim como aquele de uma psicologia empirista<br />

dos conteúdos, deixaria escapar o distúrbio fun<strong>da</strong>mental.<br />

A análise intelectualista, aqui como em to<strong>da</strong>s as partes,<br />

é menos falsa do que abstrata. A "função simbólica" ou a<br />

"função de representação" subjaz aos nossos movimentos,<br />

mas para a análise ela não é um termo último, ela repousa,<br />

por seu lado, em um certo solo, e o erro do intelectualismo<br />

é fazê-la repousar sobre si mesma, destacá-la dos materiais<br />

nos quais ela se realiza e reconhecer em nós, a título originário,<br />

uma presença ao mundo sem distância, pois a partir dessa<br />

consciência sem opaci<strong>da</strong>de, dessa intencionali<strong>da</strong>de que não<br />

comporta o mais e o menos, tudo o que nos separa do mundo<br />

ver<strong>da</strong>deiro — o erro, a doença, a loucura e, em suma,<br />

a encarnação — é reduzido à condição de simples aparência.<br />

Sem dúvi<strong>da</strong>, o intelectualismo não realiza a consciência à parte<br />

de seus materiais e, por exemplo, ele se recusa expressamente<br />

a introduzir, atrás <strong>da</strong> fala, <strong>da</strong> ação e <strong>da</strong> percepção, uma<br />

"consciência simbólica" que seria a forma comum e numericamente<br />

una dos materiais lingüísticos, perceptivos e motores.<br />

Não existe, diz Cassirer, "facul<strong>da</strong>de simbólica em ge-

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