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Fenomenologia da Percepção - Charlezine

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O CORPO 179<br />

samento parecem uma astúcia <strong>da</strong> Razão disfarça<strong>da</strong> de Natureza<br />

— mas, reciprocamente, até em sua sublimação intelectual<br />

o conteúdo permanece como uma contingência radical,<br />

como o primeiro estabelecimento ou a fun<strong>da</strong>ção 63 do conhecimento<br />

e <strong>da</strong> ação, como a primeira apreensão do ser ou do<br />

valor dos quais o conhecimento e a ação jamais esgotarão a<br />

riqueza concreta e dos quais eles renovarão em to<strong>da</strong>s as partes<br />

o método espontâneo. É essa dialética entre a forma e o<br />

conteúdo que precisamos restituir, ou antes, como a "ação<br />

recíproca'' ain<strong>da</strong> é apenas um compromisso com o pensamento<br />

causai e a fórmula de uma contradição, precisamos descrever<br />

o meio em que essa contradição é concebível, quer dizer,<br />

a existência, a retoma<strong>da</strong> perpétua do fato e do acaso por<br />

uma razão que não existe antes dele e nem sem ele 64 .<br />

Se queremos perceber aquilo que subjaz à "função simbólica",<br />

precisamos primeiramente compreender que nem<br />

mesmo a inteligência se acomo<strong>da</strong> ao intelectualismo. Em<br />

Schn., o que compromete o pensamento não é o fato de que<br />

ele seja incapaz de perceber os <strong>da</strong>dos concretos como exemplares<br />

de um eidos único ou de subsumi-los a uma categoria,<br />

é ao contrário o fato de que ele só pode ligá-los por uma subsunção<br />

explícita. Observa-se por exemplo que o doente não<br />

compreende analogias tão simples como: "a pelagem é para<br />

o gato aquilo que a plumagem é para o pássaro" ou "a luz<br />

é para a lâmpa<strong>da</strong> aquilo que o calor é para o aquecedor'' ou<br />

ain<strong>da</strong> "o olho é para a luz e a cor aquilo que o ouvido é para<br />

os sons". Da mesma maneira, ele não compreende em seu<br />

sentido metafórico expressões usuais como "o pé <strong>da</strong> cadeira"<br />

ou "a cabeça de um prego", embora saiba qual parte<br />

do objeto essas expressões designam. Pode acontecer que sujeitos<br />

normais do mesmo grau de cultura também não saibam<br />

explicar a analogia, mas será por razões inversas. Para<br />

o sujeito normal, é mais fácil compreender a analogia do que<br />

analisá-la; ao contrário, o doente só consegue compreende-

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