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Fenomenologia da Percepção - Charlezine

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CAPÍTULO II<br />

O ESPAÇO<br />

Acabamos de reconhecer que a análise não tem o direito<br />

de pôr, como momento idealmente separável, uma matéria do<br />

conhecimento, e que essa matéria, no momento em que a realizamos<br />

por um ato expresso de reflexão, já se relaciona ao<br />

mundo. A reflexão não refaz em sentido inverso um caminho<br />

já percorrido pela constituição, e a referência natural <strong>da</strong> matéria<br />

ao mundo nos conduz a uma nova concepção <strong>da</strong> intencionali<strong>da</strong>de,<br />

já que a concepção clássica 1 , que trata a experiência<br />

do mundo como um ato puro <strong>da</strong> consciência constituinte,<br />

só consegue fazê-lo na exata medi<strong>da</strong> em que define<br />

a consciência como não-ser absoluto e, correlativamente, recalca<br />

os conteúdos em uma ' 'cama<strong>da</strong> hilética'' que é o ser opaco.<br />

Agora, é preciso aproximar-se mais diretamente dessa nova<br />

intencionali<strong>da</strong>de, examinando a noção simétrica de uma forma<br />

<strong>da</strong> percepção e, particularmente, a noção de espaço. Kant<br />

tentou traçar uma linha de demarcação rigorosa entre o espaço<br />

enquanto forma <strong>da</strong> experiência externa e as coisas <strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />

nessa experiência. Não se trata, bem entendido, de uma<br />

relação de continente a conteúdo, já que essa relação só existe<br />

entre objetos, nem mesmo de uma relação de inclusão lógica,<br />

como a que existe entre o indivíduo e a classe, já que

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