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Fenomenologia da Percepção - Charlezine

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514 FENOMENOLOGIA DA PERCEPÇÃO<br />

junto dos <strong>da</strong>dos que constituem a hipótese e a conclusão que<br />

<strong>da</strong>li extraio. E essa necessi<strong>da</strong>de que me assegura de poder reiterar<br />

a operação em um número indefinido de figuras empíricas,<br />

e ela mesma provém do fato de que, a ca<strong>da</strong> passo de<br />

minha demonstração e a ca<strong>da</strong> vez que eu introduzia novas<br />

relações, eu permanecia consciente do triângulo como de uma<br />

estrutura estável que elas determinam e não apagam. É por<br />

isso que se pode dizer, se se quiser, que a demonstração consiste<br />

em fazer a soma de ângulos construí<strong>da</strong> entrar em duas<br />

constelações diferentes, e em vê-la alterna<strong>da</strong>mente como igual<br />

à soma dos ângulos do triângulo e igual a dois retos 21 , mas<br />

é preciso acrescentar 22 que ali não temos apenas duas configurações<br />

que se sucedem e se expulsam uma à outra (como<br />

no desenho <strong>da</strong> criança sonhadora); a primeira subsiste para<br />

mim enquanto a segun<strong>da</strong> se estabelece, a soma de ângulos<br />

que eu igualo a dois retos é a mesma que por outro lado eu<br />

igualo à soma dos ângulos do triângulo, e isso só é possível<br />

se ultrapasso a ordem dos fenômenos ou <strong>da</strong>s aparições para<br />

penetrar na ordem do eidos ou do ser. A ver<strong>da</strong>de parece impossível<br />

sem uma absoluta posse de si no pensamento ativo,<br />

sem o que ela não teria êxito em desenvolver-se em uma série<br />

de operações sucessivas e em construir um resultado válido<br />

para sempre.<br />

Não haveria pensamento e ver<strong>da</strong>de sem um ato pelo qual<br />

eu supero a dispersão temporal <strong>da</strong>s fases do pensamento e<br />

a simples existência de fato de meus acontecimentos psíquicos,<br />

mas o importante é compreender bem este ato. A necessi<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> demonstração não é uma necessi<strong>da</strong>de analítica: a<br />

construção que permitirá concluir não está realmente conti<strong>da</strong><br />

na essência do triângulo, ela é apenas possível a partir dessa<br />

essência. Não há definição do triângulo que inclua antecipa<strong>da</strong>mente<br />

as proprie<strong>da</strong>des que a seguir se demonstrarão e os<br />

intermediários pelos quais se passará para chegar a essa demonstração.<br />

Prolongar um lado, traçar por um vértice uma

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