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Fenomenologia da Percepção - Charlezine

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NOTAS 627<br />

aquilo que eles são considerados isola<strong>da</strong>mente — duas conseqüências igualmente<br />

excluí<strong>da</strong>s pela teoria <strong>da</strong> Forma.<br />

E justo acrescentar que, em um outro trabalho ("Bericht über den IX<br />

Kongresz für experimentelle Psychologie in München", Die psychologische Bedeutung<br />

pathologischer Stòrungen der Raumwahmehmung), o próprio Gelb aponta<br />

a insuficiência deste que acabamos de analisar. Não se deve nem mesmo falar,<br />

diz ele, de uma coalescência entre o tocar e a visão no normal, e nem<br />

mesmo distinguir esses dois componentes nas reações ao espaço. A experiência<br />

tátil pura assim como a experiência visual pura, com seu espaço de justaposição<br />

e seu espaço representado, são produtos <strong>da</strong> análise. Há um manejo concreto<br />

do espaço para o qual todos os sentidos colaboram em uma "uni<strong>da</strong>de<br />

indiferencia<strong>da</strong>" (p. 76), e o tocar só é impróprio para o conhecimento temático<br />

do espaço.<br />

50. Cf. Gelb e Goldstein, Ueber Farbennamenamnesu.<br />

51. Gelb e Goldstein, Zeigen und Greifen, pp. 456-457.<br />

52. Head.<br />

53. Bouman e Grünbaum.<br />

54. Van Woerkom.<br />

55. Freqüentemente se honra Husserl por essa distinção. Na reali<strong>da</strong>de,<br />

ela se encontra em Descartes, em Kant. Em nossa opinião, a originali<strong>da</strong>de<br />

de Husserl está para além <strong>da</strong> noção de intencionali<strong>da</strong>de; ela se encontra<br />

na elaboração dessa noção e na descoberta, sob a intencionali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />

representações, de uma intencionali<strong>da</strong>de mais profun<strong>da</strong>, que outros chamaram<br />

de existência.<br />

56. Gelb e Goldstein inclinam-se por vezes a interpretar os fenômenos<br />

nessa direção. Eles se empenharam mais do que ninguém em ultrapassar a<br />

alternativa clássica entre o automatismo e a consciência. Mas eles jamais deram<br />

seu nome a este terceiro termo entre o psíquico e o fisiológico, entre o<br />

para si e o em si, ao qual suas análises os reconduziam sempre e que nós<br />

chamaremos de existência. Daí provém o fato de que seus trabalhos mais<br />

antigos voltam a cair freqüentemente na dicotomia clássica entre o corpo e<br />

a consciência: ' 'O movimento de apreensão é determinado muito mais imediatamente<br />

do que o ato de mostrar pelas relações do organismo ao campo<br />

que o circun<strong>da</strong> (...); trata-se menos de relações que se desenrolam com consciência<br />

do que de reações imediatas (--•), com eles li<strong>da</strong>mos com um processo<br />

muito mais vital e, em linguagem biológica, primitivo" {Zeigen und Greifen,<br />

p. 459). "O ato de pegar permanece absolutamente insensível às modificações<br />

que concernem ao componente consciente <strong>da</strong> execução, às deficiências<br />

<strong>da</strong> apreensão simultânea (na cegueira psíquica), ao deslizamento do espaço<br />

percebido (nos cerebelosos), aos distúrbios <strong>da</strong> sensibili<strong>da</strong>de (em certas lesões<br />

corticais), visto que ele não se desenrola nesta esfera objetiva. Ele é conservado<br />

enquanto as excitações periféricas ain<strong>da</strong> bastam para dirigi-lo com precisão<br />

{Zeigen und Greifen, p. 460). Gelb e Goldstein poêm em dúvi<strong>da</strong> a existência<br />

de movimentos localizadores reflexos (Henri), mas apenas enquanto<br />

se desejaria considerá-los como insetos. Eles conservam a idéia de uma "loca-

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