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Fenomenologia da Percepção - Charlezine

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42 FENOMENOLOGIA DA PERCEPÇÃO<br />

tra. Mas, se a ordem é mu<strong>da</strong>r a vogai nas sílabas propostas,<br />

este trabalho não sofre nenhum atraso. Não são portanto forças<br />

associativas que funcionavam na primeira experiência crítica,<br />

pois, se existissem, elas deveriam funcionar na segun<strong>da</strong>.<br />

A ver<strong>da</strong>de é que, colocado diante de sílabas freqüentemente<br />

associa<strong>da</strong>s com rimas pobres, o sujeito, em lugar de<br />

rimar ver<strong>da</strong>deiramente, beneficia-se de sua experiência adquiri<strong>da</strong><br />

e põe em ação uma "intenção de reprodução" 6 , de<br />

forma que quando chega à segun<strong>da</strong> série de sílabas, em que<br />

a ordem presente não mais se harmoniza com os conjuntos<br />

realizados nas experiências de adestramento, a intenção de<br />

reprodução só pode conduzir a erros. Quando, na segun<strong>da</strong><br />

experiência crítica, se propõe ao sujeito mu<strong>da</strong>r a vogai <strong>da</strong> sílaba<br />

indutora, como se trata de uma tarefa que nunca figurou<br />

nas experiências de adestramento, ele não pode utilizar<br />

o subterfúgio <strong>da</strong> reprodução e, nessas condições, as experiências<br />

de adestramento não têm influência. Portanto, a associação<br />

nunca funciona como uma força autônoma; nunca é<br />

a palavra proposta que, como causa eficiente, "induz" a resposta,<br />

ela só age tornando uma intenção de reprodução provável<br />

ou tentadora, só opera em virtude do sentido que adquiriu<br />

no contexto <strong>da</strong> experiência antiga e sugerindo o recurso<br />

a essa experiência, ela é eficaz na medi<strong>da</strong> em que o sujeito<br />

a reconhece, a apreende sob o aspecto ou sob a fisionomia<br />

do passado. Se enfim se quisesse fazer intervir, em lugar<br />

<strong>da</strong> simples contigüi<strong>da</strong>de, a associação por semelhança, verse-ia<br />

ain<strong>da</strong> que, para evocar uma imagem antiga à qual ela<br />

de fato se assemelha, a percepção presente deve ser posta em<br />

forma, de maneira a se tornar capaz de trazer essa semelhança.<br />

Quer um sujeito 7 tenha visto 5 vezes ou 540 vezes a figura<br />

1, ele a reconhecerá quase tão facilmente na figura 2,<br />

em que ela se encontra "camufla<strong>da</strong>", e aliás nunca a reconhecerá<br />

ali constantemente. Em compensação, um sujeito que<br />

procura na figura 2 uma outra figura disfarça<strong>da</strong> (sem saber

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