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Fenomenologia da Percepção - Charlezine

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Vê-se agora em que direção os capítulos seguintes preci- ' §3<br />

sarão investigar. O "sentir" voltou a ser uma questão para g_<br />

nós. O empirismo o esvaziara de todo mistério, reconduzin- s gí<br />

do-o à posse de uma quali<strong>da</strong>de. Só o pudera fazer distancian- ° g -<br />

do-se muito <strong>da</strong> acepção comum. Entre sentir e conhecer, a o g<br />

experiência comum estabelece uma diferença que não é a exis- *§<br />

tente entre a quali<strong>da</strong>de e o conceito. Esta rica noção do sentir ' §<br />

encontra-se ain<strong>da</strong> no uso romântico e, por exemplo, em Her- g<br />

der. Designa uma experiência em que não nos são <strong>da</strong><strong>da</strong>s quali<strong>da</strong>des<br />

"mortas", mas proprie<strong>da</strong>des ativas. Uma ro<strong>da</strong> de madeira<br />

posta no chão não é, para a visão, aquilo que é uma ro<strong>da</strong><br />

carregando um peso. Um corpo em repouso porque nenhuma<br />

força se exerce sobre ele não é para a visão aquilo que<br />

é um corpo em que forças contrárias se equilibram 1 . A luz<br />

de uma vela mu<strong>da</strong> de aspecto para a criança quando, depois<br />

de uma queimadura, ela deixa de atrair sua mão e torna-se<br />

literalmente repulsiva 2 . A visão já é habita<strong>da</strong> por um sentido<br />

que lhe dá uma função no espetáculo do mundo, assim<br />

como em nossa existência. O puro quak só nos seria <strong>da</strong>do se<br />

o mundo fosse um espetáculo e o corpo próprio um mecanismo<br />

do qual um espírito imparcial tomaria conhecimento 3 . O

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