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Fenomenologia da Percepção - Charlezine

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O MUNDO PERCEBIDO 297<br />

é a condição sem a qual não se pode pensar a plenitude <strong>da</strong><br />

objetivi<strong>da</strong>de, e é ver<strong>da</strong>de que, se tentamos tematizar vários<br />

espaços, eles se reduzem à uni<strong>da</strong>de, ca<strong>da</strong> um deles encontrando-se<br />

em uma certa relação de posição com os outros e,<br />

portanto, sendo uma e a mesma coisa que eles. Mas sabemos<br />

se a objetivi<strong>da</strong>de plena pode ser pensa<strong>da</strong>? Se to<strong>da</strong>s as perspectivas<br />

são compossíveis? Se de algum lugar elas podem ser<br />

tematiza<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s em conjunto? Sabemos se a experiência tátil<br />

e a experiência visual podem reunir-se rigorosamente sem cq<br />

uma experiência intersensorial? Se minha experiência e aquela H<br />

do outro podem ser liga<strong>da</strong>s em um sistema único <strong>da</strong> expe- ^ (2<br />

riência intersubjetiva? Existem talvez, seja na experiência sen- 2 -5<br />

sorial, seja em ca<strong>da</strong> consciência, "fantasmas" que nenhuma ' £<br />

racionali<strong>da</strong>de pode reduzir. To<strong>da</strong> a Dedução Transcenden- 5=<br />

tal está sustenta<strong>da</strong> na afirmação de um sistema integral <strong>da</strong> §j' '<br />

ver<strong>da</strong>de. É justamente às fontes dessa afirmação que é preci- c<br />

so remontar, se se quer refletir. Nesse sentido, pode-se dizer, ç'<br />

com Husserl 18 , que em intenção Hume foi mais longe do que ":<br />

ninguém na reflexão radical, já que ver<strong>da</strong>deiramente ele quis<br />

reconduzir-nos aos fenômenos dos quais temos a experiência,<br />

para aquém de to<strong>da</strong> ideologia, mesmo se por outro lado<br />

ele mutilou e dissociou essa experiência. Em particular, a idéia<br />

de um espaço único e a de um tempo único, estando apoia<strong>da</strong>s<br />

naquela de uma adição do ser <strong>da</strong> qual justamente Kant<br />

fez a crítica na Dialética Transcendental, deve ser posta entre<br />

parênteses e produzir sua genealogia a partir de nossa experiência<br />

efetiva. Essa nova concepção <strong>da</strong> reflexão, que é a<br />

concepção fenomenológica, significa em outros termos <strong>da</strong>r<br />

uma nova definição do apriori. Kant já mostrou que o apriori<br />

não é cognoscível antes <strong>da</strong> experiência, quer dizer, fora de<br />

nosso horizonte de factici<strong>da</strong>de, e que não se pode tratar de<br />

distinguir dois elementos reais do conhecimento, dos quais<br />

um seria a priori e o outro a posteriori. Se o o priori conserva<br />

em sua filosofia o caráter <strong>da</strong>quilo que deve ser, por oposição

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