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Fenomenologia da Percepção - Charlezine

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628 FENOMENOLOGIA DA PERCEPÇÃO<br />

lização automática que não incluiria nenhuma consciência do espaço, já que<br />

ela ocorre até mesmo no sono" (compreendido assim como inconsciência absoluta).<br />

Ela é "aprendi<strong>da</strong>" a partir <strong>da</strong>s reações globais de todo o corpo aos<br />

excitantes táteis no bebê — mas esse aprendizado é concebido como o acúmulo<br />

de "resíduos cinestésicos" que serão "despertados" no adulto normal<br />

pela excitação exterior, e que o orientarão para os caminhos de saí<strong>da</strong> apropriados<br />

(Ueber den Einfluss..., pp. 167-206). Se Schn. executa corretamente<br />

os movimentos necessários ao seu ofício, é porque eles são todos habituais<br />

e não exigem nenhuma consciência do espaço (ibid., pp. 221-222).<br />

57. O próprio Goldstein, que tendia (nós o vimos na nota precedente)<br />

a relacionar o Greifen ao corpo e o Zeigen à atitude categoria!, é obrigado a<br />

voltar atrás quanto a essa "explicação". O ato de apreensão, diz ele, pode<br />

"ser executado sob comando, e o doente quer pegar. Para fazê-lo, ele não<br />

precisa ter consciência do ponto do espaço em direção ao qual lança sua mão,<br />

mas to<strong>da</strong>via ele tem o sentimento de uma orientação no espaço..." {Zeigen<br />

und Greifen, p. 461). O ato de apreensão, tal como existe no normal, "exige<br />

ain<strong>da</strong> uma atitude categorial e consciente" (ibid., p. 465).<br />

58. "Symbolvermógen schlechthin", Cassirer, Philosophieder symbolischen<br />

Formen III, p. 320.<br />

59. ''Gemeinsamkeit im Sein, Gemeinsamkeit im Sinn", ibid.<br />

60. Cf., por exemplo, Cassirer, Philosophie der Symbolischen Formen, t.<br />

III, cap. VI, Pathologie des Symbolbewusstseins.<br />

61. Com efeito, imagina-se uma interpretação intelectualista <strong>da</strong> esquizofrenia,<br />

que reconduziria a pulverização do tempo e a per<strong>da</strong> do futuro a<br />

uma aniquilação <strong>da</strong> atitude categorial.<br />

62. La síructure du comportement, pp. 91 s.<br />

63. Traduzimos a palavra favorita de Husserl: Stiftung.<br />

64. Ver adiante, 3? parte. E. Cassirer propõe-se evidentemente uma<br />

meta análoga quando censura Kant por ter, a maior parte do tempo, analisado<br />

apenas uma " sublimação intelectual <strong>da</strong> experiência'' (Philosophie der<br />

Symbolischen Formen, t. III, p. 14), quando ele procura exprimir, pela noção<br />

de pregnância simbólica, a simultanei<strong>da</strong>de absoluta <strong>da</strong> matéria e <strong>da</strong> forma,<br />

ou quando ele retoma por sua própria conta esta frase de Hegel: o espírito<br />

traz e conserva seu passado em sua profundi<strong>da</strong>de presente. Mas as relações<br />

entre as diferentes formas simbólicas permanecem ambíguas. Perguntamonos<br />

sempre se a função de Darstellung é um momento no retorno a si de uma<br />

consciência eterna, a sombra <strong>da</strong> função de Bedeutung — ou se, ao contrário,<br />

a função de Bedeutung é urna ampliação imprevisível de primeira "on<strong>da</strong>" constitutiva.<br />

Quando retoma a fórmula kantiana segundo a qual a consciência<br />

só poderia analisar aquilo de que ela fez a síntese, Cassirer retorna evidentemente<br />

ao intelectualismo, a despeito <strong>da</strong>s análises fenomenológicas e até mesmo<br />

existenciais que seu livro contém, e <strong>da</strong>s quais ain<strong>da</strong> iremos servir-nos.<br />

65. Benary, Studien zur Untersuchung der Intelligenz bei einen Fali von Seelenblindheit,<br />

p. 262.<br />

66. Id., ibid., p. 263.

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