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Fenomenologia da Percepção - Charlezine

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366 FENOMENOLOGIA DA PERCEPÇÃO<br />

movimento a um ponto seja uma e a mesma coisa que sua<br />

parti<strong>da</strong> do ponto "contíguo", e isso só ocorre se existe um<br />

móbil que, de um só golpe, abandona um ponto e ocupa um<br />

outro. "Um algo que é apreendido como círculo deixaria de<br />

valer para nós como círculo assim que o momento "redondez",<br />

ou a identi<strong>da</strong>de de todos os diâmetros, que é essencial<br />

ao círculo, deixasse de estar presente ali. Quer o círculo seja<br />

percebido ou pensado, isso é indiferente; é preciso, em todo<br />

caso, que esteja presente uma determinação comum que nos<br />

obrigue, nos dois casos, a caracterizar aquilo que se apresenta<br />

a nós como círculo, e a distingui-lo de qualquer outro fenômeno."<br />

44 Da mesma maneira, quando se fala de uma sensação<br />

de movimento, ou de uma consciência suigeneris do movimento<br />

ou, como a teoria <strong>da</strong> forma, de um movimento global,<br />

de um fenômeno ç em que nenhum móbil, nenhuma posição<br />

particular do móbil seriam <strong>da</strong>dos, estas são apenas<br />

palavras se não se diz como "aquilo que é <strong>da</strong>do nessa sensação<br />

ou neste fenômeno, ou aquilo que é apreendido através<br />

deles, se atesta (dokumentieri) imediatamente como movimento"<br />

42 . A percepção do movimento só pode ser percepção do<br />

movimento e reconhecê-lo como tal se ela o apreende com sua<br />

significação de movimento e com todos os momentos que lhe<br />

são constitutivos, particularmente com a identi<strong>da</strong>de do móbil.<br />

O movimento, responde o psicólogo, é "um destes 'fenômenos<br />

psíquicos' que, assim como os conteúdos sensíveis<br />

<strong>da</strong>dos, core forma, são relacionados ao objeto, aparecem como<br />

objetivos e não subjetivos, mas que, à diferença dos outros<br />

<strong>da</strong>dos psíquicos, não são de natureza estática mas dinâmica.<br />

Por exemplo, a 'passagem' caracteriza<strong>da</strong> e específica<br />

é a carne e o sangue do movimento, que não pode ser formado<br />

por composição a partir de conteúdos visuais ordinários"<br />

43 . Com efeito, não é possível compor o movimento<br />

com percepções estáticas. Mas isso não está em questão e não<br />

se pensa em reconduzir o movimento ao repouso. O próprio

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