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Fenomenologia da Percepção - Charlezine

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O corpo próprio está no mundo assim como o coração<br />

no organismo; ele mantém o espetáculo visível continuamente<br />

em vi<strong>da</strong>, anima-o e alimenta-o interiormente, forma com ele<br />

um sistema. Quando caminho em meu apartamento, os diferentes<br />

aspectos sob os quais ele se apresenta a mim não poderiam<br />

aparecer-me como os perfis de uma mesma coisa se<br />

eu não soubesse que ca<strong>da</strong> um deles representa o apartamento<br />

visto <strong>da</strong>qui ou visto <strong>da</strong>li, se eu não tivesse consciência de<br />

meu próprio movimento e de meu corpo como idêntico através<br />

<strong>da</strong>s fases desse movimento. Evidentemente, posso sobrevoar<br />

o apartamento em pensamento, imaginá-lo ou desenhar<br />

sua planta no papel, mas mesmo então eu não poderia apreender<br />

a uni<strong>da</strong>de do objeto sem a mediação <strong>da</strong> experiência corporal,<br />

pois aquilo que chamo de uma planta é apenas uma<br />

perspectiva mais ampla: é o apartamento "visto de cima",<br />

e, se posso resumir nela to<strong>da</strong>s as perspectivas costumeiras,<br />

é sob a condição de saber que um mesmo sujeito encarnado<br />

pode ver alterna<strong>da</strong>mente de diferentes posições. Responder-se-á<br />

talvez que, recolocando o objeto na experiência corporal<br />

como um dos pólos dessa experiência, nós lhe retiramos<br />

justamente aquilo que faz sua objetivi<strong>da</strong>de. Do ponto

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