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Fenomenologia da Percepção - Charlezine

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CAPITULO VI<br />

O CORPO COMO EXPRESSÃO<br />

E A FALA<br />

Reconhecemos no corpo uma uni<strong>da</strong>de distinta <strong>da</strong>quela<br />

do objeto científico. Acabamos de descobrir uma intencionali<strong>da</strong>de<br />

e um poder de significação até em sua "função sexual''.<br />

Procurando descrever o fenômeno <strong>da</strong> fala e o ato expresso<br />

de significação, poderemos ultrapassar definitivamente a dicotomia<br />

clássica entre o sujeito e o objeto.<br />

A toma<strong>da</strong> de consciência <strong>da</strong> fala enquanto região original<br />

é naturalmente tardia. Aqui, como em to<strong>da</strong>s as partes,<br />

a relação de ter, to<strong>da</strong>via visível na própria etimologia <strong>da</strong> palavra<br />

hábito, é primeiramente mascara<strong>da</strong> pelas relações do<br />

domínio do ser ou, como se pode dizer também, pelas relações<br />

intramun<strong>da</strong>nas e ônticas 1 . A posse <strong>da</strong> linguagem é compreendi<strong>da</strong><br />

em primeiro lugar como a simples existência efetiva<br />

de "imagens verbais", quer dizer, de traços deixados em<br />

nós pelas palavras pronuncia<strong>da</strong>s ou ouvi<strong>da</strong>s. Quer esses traços<br />

sejam corporais, quer eles se depositem em um "psiquismo<br />

inconsciente", isso não importa muito e, nos dois casos,<br />

a concepção <strong>da</strong> linguagem coincide em que não não há "sujeito<br />

falante". Quer os estímulos desencadeiem, segundo as<br />

leis <strong>da</strong> mecânica nervosa, as excitações capazes de provocar<br />

a articulação <strong>da</strong> palavra, quer os estados de consciência acar-

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