31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

106 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

na segunda, ele ora para que, como o efeito disso, seus conselhos se<br />

transformem em nada; noutros termos, para que seus empreendimentos<br />

sejam totalmente sem êxito. 13<br />

Pois como é que os conselhos dos<br />

ímpios se esboroam e eles mesmos são levados <strong>de</strong> um lado a outro sem<br />

consi<strong>de</strong>ração ou juízo, e se fazem vilmente obstinados, senão pelo fato<br />

<strong>de</strong> o Senhor fazê-los inconscientes em suas próprias astúcias, <strong>de</strong>sfazer<br />

suas ardilosas maquinações, intoxicá-los com o espírito <strong>de</strong> frenesi e<br />

levianda<strong>de</strong>, para que ajam insensatamente mesmo nas questões <strong>de</strong> somenos<br />

importância? Se, pois, vivemos temerosos das tramas e frau<strong>de</strong>s<br />

dos homens, e se encontramos aqueles que <strong>de</strong>sejam fazer-nos dano e<br />

pessoas perspicazes e espertas, lembremo-nos <strong>de</strong> que o ofício contínuo<br />

<strong>de</strong> Deus é imprimir estupi<strong>de</strong>z e loucura nos que são sábios para<br />

cometer iniqüida<strong>de</strong>. E assim suce<strong>de</strong>rá que, embora venhamos a viver<br />

sonolentamente, o Senhor dissipará seus vícios com o sopro <strong>de</strong> sua<br />

boca, por mais espertos sejam eles, e, por fim, os exporá aos motejos<br />

do mundo inteiro. Em suma, Davi <strong>de</strong>seja que Deus estenda suas mãos<br />

sobre seus inimigos e ponha um ponto final às suas perversas <strong>de</strong>liberações.<br />

E, <strong>de</strong> fato, é necessário que Deus torne em nada as tramas que<br />

os ímpios astuciosamente maquinam, visto ser Satanás, o inventor <strong>de</strong><br />

todos os enganos, quem lhes sugere todos os seus métodos <strong>de</strong> produzir<br />

dano. Ao orar: que seus conselhos os façam cair, ele quer dizer<br />

que não <strong>de</strong>vem obter ou conquistar o que <strong>de</strong>terminaram. Também,<br />

ele ora para que Deus os puna segundo merecem, porque, ao <strong>de</strong>clararem<br />

guerra, injusta e perversamente, contra uma pessoa inocente,<br />

sua rebelião é contra Deus. Os soberbos, <strong>de</strong>veras, jamais pon<strong>de</strong>ram<br />

que os pobres, a quem afligem e <strong>de</strong>sprezam, <strong>de</strong>sfrutam <strong>de</strong> tal estima<br />

aos olhos <strong>de</strong> Deus, que este se sente insultado e injuriado na pessoa<br />

<strong>de</strong>les; pois nem imaginam que as bazófias dirigidas contra os pobres<br />

são, na verda<strong>de</strong>, assacadas contra o próprio céu, algo mais do que<br />

se pisassem um pouco <strong>de</strong> pó ou <strong>de</strong> barro com seus pés. Mas Deus<br />

confere a seus servos o inestimável galardão <strong>de</strong> tomar sua causa em<br />

13 “C’est à dire, ne vienent à bout <strong>de</strong> leurs enterprises.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!