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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 19 • 379<br />

nam a todos os homens tão claramente que existe um Deus, que os<br />

<strong>de</strong>ixam inescusáveis, o salmista agora se volve para os ju<strong>de</strong>us, a quem<br />

Deus havia comunicado um conhecimento mais pleno <strong>de</strong> si mesmo<br />

por meio <strong>de</strong> sua palavra. Enquanto os céus dão testemunho acerca<br />

<strong>de</strong> Deus, seu testemunho não guia os homens ao ponto <strong>de</strong>, por meio<br />

<strong>de</strong>les, apren<strong>de</strong>rem a temê-lo realmente e adquirirem um sólido conhecimento<br />

<strong>de</strong>le. Tal testemunho só serve para <strong>de</strong>ixá-los in<strong>de</strong>sculpáveis.<br />

É realmente verda<strong>de</strong> que, se não fôssemos tão obtusos e estúpidos,<br />

as assinaturas e provas da Deida<strong>de</strong> que se encontram no teatro do<br />

mundo são suficientemente abundantes para incitar-nos ao reconhecimento<br />

e reverência <strong>de</strong> Deus; mas visto que, embora circundados<br />

com uma luz tão vívida, somos, não obstante, cegos, essa esplêndida<br />

representação da glória <strong>de</strong> Deus, sem o auxílio da palavra, <strong>de</strong> nada<br />

nos aproveitaria, ainda que ela seja para nós uma audível e distinta<br />

proclamação a soar em nossos ouvidos. Conseqüentemente, Deus se<br />

digna conce<strong>de</strong>r graça especial àqueles a quem <strong>de</strong>terminou chamar<br />

para a salvação, justamente como nos tempos antigos, enquanto concedia<br />

a todos os homens, sem exceção, evidências <strong>de</strong> sua existência,<br />

em suas obras, ele comunicava sua lei exclusivamente aos filhos <strong>de</strong><br />

Abraão, para, por esse meio, dotá-los <strong>de</strong> um conhecimento mais <strong>de</strong>finido<br />

e íntimo <strong>de</strong> sua majesta<strong>de</strong>. Don<strong>de</strong> se segue que os ju<strong>de</strong>us estão<br />

atados a uma dupla obrigação <strong>de</strong> servir a Deus. Visto que os gentios, a<br />

quem Deus falou somente pelas mudas criaturas, não têm justificativa<br />

<strong>de</strong> sua ignorância, quanto menos tolerável será a negligência <strong>de</strong> quem<br />

ouve a voz que proce<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus próprios lábios sacros! O propósito,<br />

pois, que Davi, aqui, tem em vista consiste em incitar os ju<strong>de</strong>us,<br />

a quem Deus uniu a si por um laço muito mais sagrado, a prestar-lhe<br />

obediência com uma afeição muito mais espontânea e alegre. Além do<br />

mais, sob o termo lei ele não só significa a regra <strong>de</strong> um viver íntegro,<br />

ou os Dez Mandamentos, mas também compreen<strong>de</strong> o pacto pelo qual<br />

Deus distinguira aquele povo do resto do mundo, bem como toda a<br />

doutrina <strong>de</strong> Moisés as partes que subseqüentemente enumera sob os<br />

termos testemunhos, estatutos e outros títulos. Esses títulos e recomen-

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