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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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552 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

traiçoeiras imaginações, acreditam que o po<strong>de</strong>r que possuem lhes<br />

é comunicado por alguma outra fonte além do céu. Em suma, ele os<br />

exorta a renunciarem sua arrogância e sua enganosa opinião acerca<br />

<strong>de</strong> sua própria força, e por fim a glorificarem a Deus como ele merece.<br />

Por a glória do nome <strong>de</strong> Deus [v. 2] ele quer dizer aquilo que é digno da<br />

majesta<strong>de</strong> divina, da qual os gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste mundo costumam privá-lo.<br />

A repetição também <strong>de</strong>monstra que <strong>de</strong>vem ser veementemente convencidos<br />

do erro a um conveniente reconhecimento <strong>de</strong> que precisam<br />

ser arrebatados <strong>de</strong>le. Por o resplendor do santuário 5<br />

<strong>de</strong> Deus <strong>de</strong>ve-se<br />

enten<strong>de</strong>r, não o céu, como pensam alguns, mas o tabernáculo do concerto,<br />

adornado com símbolos da glória divina, como se faz evi<strong>de</strong>nte à<br />

luz do contexto. E o profeta intencionalmente faz menção <strong>de</strong>sse lugar,<br />

no qual o Deus verda<strong>de</strong>iro se manifestara, para que todos os homens,<br />

dizendo a<strong>de</strong>us à superstição, adotem aquele culto puro <strong>de</strong>vido a Deus.<br />

Não seria suficiente cultuar algum po<strong>de</strong>r celestial, mas o único e imutável<br />

Deus a quem se <strong>de</strong>ve unicamente adorar, o que não po<strong>de</strong> se dar<br />

enquanto o mundo não <strong>de</strong>scobrir todas as tolas invenções e serviços<br />

forjados pelo cérebro humano.<br />

3. A voz <strong>de</strong> Jehovah está sobre as águas. Davi agora relata os<br />

prodígios da natureza, aos quais já fiz referência antecipadamente; e<br />

<strong>de</strong> fato ele celebra tanto o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus quanto sua bonda<strong>de</strong> em<br />

suas obras. Como não há nada no curso ordinário da natureza, através<br />

<strong>de</strong> toda a estrutura do céu e terra, que não nos convi<strong>de</strong> à contemplação<br />

<strong>de</strong> Deus, ele po<strong>de</strong>ria anunciar, como fez no Salmo 19.1, o sol<br />

e as estrelas, todas as hostes celestes e a terra com suas riquezas;<br />

mas seleciona apenas aquelas obras <strong>de</strong> Deus que provam não só que<br />

o mundo fora inicialmente criado por ele e é governado por seu po<strong>de</strong>r,<br />

5 Esta tradução transmite um sentido um tanto diferente daquele <strong>de</strong> nossas versões; é, porém,<br />

apoiada por vários críticos. Green traduz: “em seu magnificente santuário”; e Fry: “adorai<br />

a Jehovah com santa reverência” ou “adorai a Jehovah nos gloriosos lugares do santuário”. Diz<br />

Hammond: “On<strong>de</strong> se lê no hebraico trdhb, na glória ou beleza da santida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> rdh honrar ou<br />

magnificar, a LXX lê: evn auvlh/| a‘`gi,a| auvtou, em seu santo átrio, como se fosse <strong>de</strong> rdt, santuário interior,<br />

tâlamo, área mais interior, câmara nupcial, paço real; e assim as versões latina e siríaca as seguem,<br />

bem como a arábica: em sua santa habitação.”

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