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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 29 • 553<br />

mas que também <strong>de</strong>spertou os entorpecidos, e os arrastou, por assim<br />

dizer, para que consciente e humil<strong>de</strong>mente o adorassem; como até<br />

mesmo Horácio foi compelido, ainda que fosse não apenas um poeta<br />

pagão, mas também um epicureu e <strong>de</strong>sprezador da Divinda<strong>de</strong>, a dizer<br />

<strong>de</strong> si mesmo numa <strong>de</strong> suas o<strong>de</strong>s (Lib. I. O<strong>de</strong> xxxiv):<br />

“Fugitivo do céu e da oração,<br />

Des<strong>de</strong>nhei <strong>de</strong> todo temor religioso,<br />

Profundamente instruído na erudição<br />

Da louca filosofia; mas agora<br />

Iço vela e retomo minha viagem<br />

Rumo àquele bendito porto que <strong>de</strong>ixei outrora.<br />

Pois, veja!, que terrível Majesta<strong>de</strong> celestial,<br />

Que amiú<strong>de</strong> fen<strong>de</strong> as nuvens com fogo,<br />

Pai do dia, imortal Jove;<br />

Tardio pelos campos flutuantes no ar,<br />

A face do céu sereno e belo,<br />

Seus corcéis trovejantes e suas carruagens aladas” etc. 6<br />

A experiência igualmente nos diz que aqueles que são mais ousados<br />

em seu <strong>de</strong>sprezo por Deus são mais vulneráveis em seu medo do<br />

ribombar dos trovões, tempesta<strong>de</strong>s e comoções violentas como tais.<br />

Com gran<strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>, pois, o profeta chama nossa atenção para<br />

esses exemplos que chocam os ru<strong>de</strong>s e insensíveis com algum senso<br />

da existência <strong>de</strong> um Deus, 7 <strong>de</strong>spertando-os à ação, por mais morosos e<br />

displicentes sejam eles. Ele não diz que o sol se levanta dia a dia, que<br />

<strong>de</strong>rrama seus raios geradores <strong>de</strong> vida, nem que a chuva meigamente<br />

cai para fertilizar a terra com sua umida<strong>de</strong>. Ele anuncia, sim, trovões,<br />

tempesta<strong>de</strong>s violentas e aquelas coisas que golpeiam os corações<br />

humanos com o terror ante sua violência. Deus, é verda<strong>de</strong>, fala em<br />

6 Tradução que o Dr. Francis fez <strong>de</strong> Horácio.<br />

7 “Qui contraignent les barbares et gens esbestez sentir qu’il y a un Dieu.” – v.f. “Que constrangem<br />

os ru<strong>de</strong>s e insensíveis a sentirem que existe um Deus.”

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