31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

166 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

os negócios humanos. Não faço objeção ao ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> que ali<br />

é <strong>de</strong>scrito ironicamente a terribilida<strong>de</strong> do po<strong>de</strong>r do inimigo, quando<br />

exibia seus esforços mais excelentes; e, a seguir, que ali o juízo divino<br />

está em franca oposição ao inimigo, o qual subitamente trouxe<br />

seus avanços a um fim abrupto, contrariando sua expectativa. Não<br />

anteciparam nada disso, pois sabemos que os ímpios, embora evitem<br />

<strong>de</strong>clarar publicamente que estejam privando a Deus <strong>de</strong> sua autorida<strong>de</strong><br />

e domínio, não obstante se precipitam à prática <strong>de</strong> todo excesso <strong>de</strong><br />

perversida<strong>de</strong>, não com menos ousadia do que se fossem agrilhoados<br />

com algemas. 16 Já observamos uma maneira quase semelhante <strong>de</strong> falar<br />

num Salmo prece<strong>de</strong>nte [7.13].<br />

Este contraste entre o po<strong>de</strong>r dos inimigos <strong>de</strong> Deus e seu povo,<br />

por um lado, e a obra <strong>de</strong> Deus a interromper seus avanços, por outro,<br />

ilustra muito bem o caráter portentoso do socorro que ele conce<strong>de</strong>ra<br />

a seu povo. Os ímpios não se impõem nenhum limite na ação <strong>de</strong> fazer<br />

dano, ao contrário, avançam para a completa <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> todas as<br />

coisas, e no princípio a <strong>de</strong>struição parecia estar próxima; mas quando<br />

as coisas estavam nesse estado <strong>de</strong> confusão, Deus se manifestou em<br />

tempo para socorrer seu povo. 17<br />

Portanto, quando nada senão <strong>de</strong>struição<br />

se manifestar ante nossos olhos, para qualquer lado que nos<br />

viremos, 18<br />

lembremo-nos <strong>de</strong> erguê-los em direção do trono celestial,<br />

don<strong>de</strong> Deus vê tudo o que se faz aqui em baixo. No mundo, nossos<br />

negócios po<strong>de</strong>m ser levados a um extremo tal, que não haja mais esperança<br />

alguma para eles; mas o escudo com o qual <strong>de</strong>vemos repelir<br />

todas as tentações pelas quais somos assaltados é este: que Deus,<br />

não obstante, está assentado no céu, em sua função <strong>de</strong> Juiz. Sim,<br />

quando aparentemente não toma conhecimento <strong>de</strong> nossa presença<br />

e não remedia imediatamente os males que sofremos, convém que<br />

atentemos bem, pela fé, para sua providência secreta. O salmista diz,<br />

em primeiro lugar, que Deus está sentado para sempre, o que nos faz<br />

16 “Que s’il avoit les pieds et mains liees.” – v.f. “do que se fossem amarrados mão e pé.”<br />

17 “Dieu s’est monstré bien à propos pour secourir les siens.” – v.f.<br />

18 “De quelque costé que nous-nous scachions tourner.” – v.f.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!