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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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362 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

ele. Visto que Davi se <strong>de</strong>stinava ser tipo <strong>de</strong> Cristo, Deus sujeitou à<br />

sua autorida<strong>de</strong> as nações longínquas, e tal como antes haviam sido<br />

<strong>de</strong>sconhecidas <strong>de</strong> Israel no que concernia às relações familiares.<br />

Mas isso era apenas um prelúdio e, por assim dizer, uma ação preparatória<br />

para o domínio prometido a Cristo, cujos limites <strong>de</strong>vem<br />

esten<strong>de</strong>r-se até aos confins mais remotos da terra.<br />

De maneira semelhante, Davi havia adquirido para si um nome tão<br />

famoso, pelo uso das armas e proezas marciais, que muitos <strong>de</strong> seus<br />

inimigos, dominados pelo medo, se lhe sujei taram. E nisso Deus exibia<br />

um tipo da conquista que Cristo faria em relação aos gentios, os quais,<br />

só pela proclamação do evangelho, foram dominados e levados a voluntariamente<br />

submeter-se ao seu domínio; pois a obediência <strong>de</strong> fé na<br />

qual o domínio <strong>de</strong> Cristo está fundado “vem pelo ouvir” [Rm 10.17].<br />

Os filhos dos estranhos se porão diante <strong>de</strong> mim. Aqui se acha<br />

<strong>de</strong>scrito o que comumente suce<strong>de</strong> nos novos domínios adquiridos por<br />

conquistas, ou seja, aqueles que são conquistados prestam homenagem<br />

com profunda reverência a seu conquistador; mas isso se dá por<br />

meio <strong>de</strong> fingida e forçada humilda<strong>de</strong>. Obe<strong>de</strong>cem como escravos, e não<br />

voluntária e prazerosamente. Esse é evi<strong>de</strong>ntemente o sentido. Alguns<br />

intérpretes, é verda<strong>de</strong>, apresentam uma explicação distinta do termo<br />

pôr-se, vendo Davi como tencionando dizer com isso que seus ini migos<br />

tinham, ou sido frustrados em sua expectativa, ou que, com o fim <strong>de</strong><br />

escaparem à punição que temiam pu<strong>de</strong>sse ser-lhes aplicada, se puseram<br />

a <strong>de</strong>clarar que jamais planejaram alguma coisa hostil contra ele.<br />

Parece-me, porém, que isso não expressa suficientemente o que Davi<br />

tencionava. Em minha opinião, pois, a expressão, pôr-se, aqui, <strong>de</strong>ve ser<br />

entendida geralmente como em outros lugares, ou seja, humilhar-se<br />

<strong>de</strong> acordo com o procedimento dos escravos. A palavra hebraica, ?jk<br />

(ca chash), aqui usada, que significa pôr-se, é às vezes subentendida<br />

metaforicamente, ou seja, humilhar-se, submeter-se, tomar alguém o<br />

jugo da sujeição; 55 mas ainda <strong>de</strong> uma maneira fingida e servil. Aqueles<br />

55 A versão Siríaca tem a redação: “Submeter-se-ão a mim.” Significando uma sujeição força-

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