31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

324 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

O escopo da passagem parece requerer que a mesma seja entendida<br />

no seguinte sentido: ao ren<strong>de</strong>r graças a Deus pelos benefícios<br />

que <strong>de</strong>le recebera em tempos passados, ele pediria sua assistência<br />

com súplicas renovadas. E com certeza ninguém jamais invocará a<br />

Deus em oração, espontânea e francamente, a menos que se anime<br />

e se encoraja ante a lembrança da graça <strong>de</strong> Deus. Por isso Paulo, em<br />

Filipenses 4.6, exorta os fiéis: “Não an<strong>de</strong>is ansiosos por coisa alguma;<br />

antes em tudo sejam vossos pedidos conhecidos diante <strong>de</strong> Deus pela<br />

oração e súplica com ações <strong>de</strong> graças”, a <strong>de</strong>porem seus cuidados, por<br />

assim dizer, em seu seio. Todos quantos, cujas orações não são seguidas<br />

dos louvores <strong>de</strong> Deus, são culpados <strong>de</strong> bradar e se queixar contra<br />

ele, quando se engajam nesse solene exercício.<br />

4. Laços 12 <strong>de</strong> morte me têm circundado. Davi, então, começa<br />

a relatar as provas incontestáveis e ilustrativas pelas quais experimentara<br />

que a mão <strong>de</strong> Deus é suficientemente forte e po<strong>de</strong>rosa para<br />

repelir todos os perigos e calamida<strong>de</strong>s com que porventura somos<br />

assaltados. E nem carece que nos mara vilhemos daquelas coisas que<br />

po<strong>de</strong>riam ter sido <strong>de</strong>scritas com mais simplicida<strong>de</strong> e num estilo sem<br />

muito adorno, revestidas <strong>de</strong> formas poéticas <strong>de</strong> expressão e enunciadas<br />

com toda elegância e ornamentos <strong>de</strong> linguagem. O Espírito Santo,<br />

com o fim <strong>de</strong> combater e fazer impressão sobre as disposições ímpias<br />

e perversas dos homens, comunicou aqui a Davi uma eloqüência<br />

revestida <strong>de</strong> majesta<strong>de</strong>, energia e maravilhoso po<strong>de</strong>r, visando a <strong>de</strong>spertar<br />

a humanida<strong>de</strong> a consi<strong>de</strong>rar os benefícios divinos. Raramente há<br />

alguma assistência que Deus dispense, por mais evi<strong>de</strong>nte e palpável<br />

seja ela aos nossos sentidos, que nossa indiferença ou <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhosa<br />

soberba não obscureça. Davi, pois, com o fim <strong>de</strong> penetrar nossas mentes<br />

o mais eficazmente possível, diz que o livramento e o socorro que<br />

Deus lhe conce<strong>de</strong>ra haviam sido conspícuos em toda a estrutura do<br />

mundo. É preciso que atentemos bem para essa sua intenção, para que<br />

12 “Morte é aqui personificada sob o semblante <strong>de</strong> um po<strong>de</strong>roso conquistador, que amarram<br />

seus inimigos vencidos com fortes correias.” – Walford.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!