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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 16 • 283<br />

za tudo quanto o mundo imagina ser excelente e <strong>de</strong>sejável sem ele<br />

[Deus]. Ao magnificar a Deus com melodias tão nobres e sublimes,<br />

Davi nos dá a enten<strong>de</strong>r que ele não <strong>de</strong>seja nada mais além <strong>de</strong> sua<br />

porção e felicida<strong>de</strong>. Esta doutrina po<strong>de</strong> ser-nos proveitosa <strong>de</strong> várias<br />

maneiras. Ela <strong>de</strong>ve não só <strong>de</strong>sviar-nos <strong>de</strong> todas as invenções e superstições<br />

perversas, mas também <strong>de</strong> todas as seduções da carne e do<br />

mundo. Portanto, sempre que essas coisas se nos <strong>de</strong>param com o fim<br />

<strong>de</strong> afastar-nos do único <strong>de</strong>scanso que se encontra só em Deus, lancemos<br />

mão <strong>de</strong>sse sentimento como um antídoto contra elas, para que<br />

tenhamos motivo suficiente <strong>de</strong> viver contentes, visto que aquele que<br />

possui em si uma absoluta plenitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> todo bem nos <strong>de</strong>u a si próprio<br />

para que <strong>de</strong>le <strong>de</strong>sfrutemos. Fazendo assim, experimentaremos aquela<br />

condição <strong>de</strong> vida sempre feliz e confortante; pois aquele que tem Deus<br />

como sua porção não vive <strong>de</strong>stituído <strong>de</strong> algum requisito que consti tua<br />

a vida feliz.<br />

[v. 7]<br />

Magnificarei a Jehovah que me aconselha; até <strong>de</strong> noite meus rins me instruem.<br />

25<br />

Por fim, Davi confessa que, para que viesse a possuir tão gran<strong>de</strong><br />

bem, ele estava inteiramente <strong>de</strong> posse da graça plenária <strong>de</strong> Deus, e que<br />

tinha sido feito participante <strong>de</strong>la pela fé. Ser-nos-ia <strong>de</strong> nenhum proveito<br />

se Deus se nos oferecesse livre e graciosamente, e não o recebêssemos<br />

pela fé, visto que ele convida a si, em geral, tanto os réprobos quanto<br />

25 “Meus rins” é a tradução literal do texto hebraico, e <strong>de</strong>notam a operação dos pensamentos<br />

e afeições da alma. “Como a experiência comum”, diz Parkhurst, “mostra que as operações da<br />

mente, particularmente os sentimentos <strong>de</strong> alegria, <strong>de</strong> tristeza e <strong>de</strong> medo têm um efeito mui notável<br />

sobre os rins, portanto <strong>de</strong> sua situação recuada no corpo e do fato <strong>de</strong> serem ocultos, às vezes<br />

são usados na Escritura para <strong>de</strong>notar a operação mais secreta da alma e das afeições.” “Os rins”,<br />

diz Walford, numa nota sobre esta passagem, “são usados para significar as faculda<strong>de</strong>s interiores;<br />

e os oradores sacros observam que, em tempos <strong>de</strong> solidão, seus pensamentos foram instintivamente<br />

empregados em contemplar as <strong>de</strong>scobertas celestiais que lhes eram comunicadas.” Na<br />

Bíblia Tyndale, a tradução da última cláusula é “Meus rins também me têm disciplinado no meio<br />

da noite”. E Fry observa que a palavra, “rsy, significa não tanto instruir imediatamente, mas punir,<br />

corrigir ou disciplinar”.

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