31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Salmos</strong> 16 • 289<br />

podia convocar seus membros à sua comunhão e fazê-los participantes<br />

<strong>de</strong>sta bênção, 34 embora em diferentes graus e cada um segundo sua<br />

medida. Como o corpo <strong>de</strong> Davi, <strong>de</strong>pois da morte, foi, no <strong>de</strong>curso do<br />

tempo, reduzido a pó, os apóstolos com justa razão concluem que ele<br />

não fora isento <strong>de</strong> corrupção.<br />

É o mesmo com respeito a todos os fiéis; nenhum <strong>de</strong>les se torna<br />

participante da vida incorruptível sem primeiro sujei tar-se à corrupção.<br />

Desse fato segue-se que a plenitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida que resi<strong>de</strong> somente na<br />

Cabeça, ou seja, em Cristo, só penetra nos membros em gotas, ou em<br />

pequenas porções. Po<strong>de</strong>, contudo, formular-se a seguinte pergunta:<br />

como po<strong>de</strong>ria Cristo <strong>de</strong>scer ao túmulo se não estivesse também sujeito<br />

à corrupção? A resposta é simples. A etimologia ou <strong>de</strong>rivação das duas<br />

palavras aqui usadas para expressar o túmulo <strong>de</strong>ve receber cuidadosa<br />

atenção. O túmulo é chamado lwa? (sheol), assemelhando-se a um<br />

abismo insaciável que <strong>de</strong>vora e consome todas as coisas; e o poço é<br />

chamada tj? (shachath), que significa corrupção. Essas palavras, pois,<br />

aqui <strong>de</strong>notam não tanto o lugar quanto a qualida<strong>de</strong> e condição do lugar,<br />

como se ele houvera dito: A vida <strong>de</strong> Cristo será isenta do domínio<br />

do túmulo, visto que seu corpo, mesmo quando morto, não estará sujeito<br />

à corrupção. Além disso, sabemos que o túmulo <strong>de</strong> Cristo estava<br />

cheio e, por assim dizer, embalsamado com o perfume vivificante do<br />

Espírito, o qual podia ser para ele a porta para a glória imortal. Tanto<br />

os pais gregos quanto os latinos, confesso, torceram essas palavras<br />

para um significado totalmente diferente, referindo-as ao retorno da<br />

alma <strong>de</strong> Cristo do inferno. Mas é melhor a<strong>de</strong>rir à simplicida<strong>de</strong> natural<br />

da interpretação que te nho apresentado, a fim <strong>de</strong> não cairmos no<br />

ridículo dos ju<strong>de</strong>us; e, além do mais, para que aquela sutileza, engendrando<br />

muitas outras, não nos envolvesse num labirinto. Na segunda<br />

cláusula, sem dúvida, a menção é ao corpo; e sabemos ser um modo<br />

<strong>de</strong> falar muito comum em Davi, intencionalmente a fim <strong>de</strong> repetir a<br />

mesma coisa duas vezes, fazendo uma leve variação com as palavras.<br />

34 “Et les faire venir a la participation <strong>de</strong> ce bien.” – v.f

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!