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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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556 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

soluta jamais conhecerá coisa alguma. Portanto, que só a agu<strong>de</strong>za <strong>de</strong><br />

mente é digna <strong>de</strong> louvor, o qual nos eleva, por esses meios, até ao céu,<br />

a fim <strong>de</strong> que nenhum ruído confuso impressione nossos ouvidos, mas<br />

que a voz do Senhor penetre nossos corações e nos ensine a orar e a<br />

servir a Deus. Há quem explique o termo hebraico, lyjy (yachil) – o<br />

qual traduzimos por tremer –, <strong>de</strong> outra maneira, ou seja, que Deus faça<br />

o <strong>de</strong>serto <strong>de</strong> Ca<strong>de</strong>s abortar, 11 em <strong>de</strong>corrência dos muitos prodígios que<br />

foram realizados nele quando os israelitas o atravessaram. Eu, porém,<br />

faço objeção a tal sentido como sendo por <strong>de</strong>mais sutil e tacanho. Davi<br />

parece antes fazer referência às emoções humanas comuns; pois como<br />

os <strong>de</strong>sertos se lhes afiguram como algo terrível, muito mais terrificados<br />

se sentem quando se vêem cercados por trovões, raios e tormentas.<br />

Não faço objeção, contudo, <strong>de</strong> que o <strong>de</strong>serto seja aqui entendido por<br />

meio <strong>de</strong> sinédoque, significando os animais selvagens que se escon<strong>de</strong>m<br />

nele. E assim o próximo versículo, on<strong>de</strong> se mencionam corças,<br />

po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como um a<strong>de</strong>ndo à guisa <strong>de</strong> explicação.<br />

[vv. 9-11]<br />

A voz <strong>de</strong> Jehovah faz as corças darem à luz e <strong>de</strong>scobre [ou <strong>de</strong>snuda] as florestas;<br />

e em seu templo tudo expressa seu louvor. Jehovah se assenta sobre<br />

o dilúvio; Jehovah, digo eu, se assenta como Rei para sempre. Jehovah<br />

dará força a seu povo; Jehovah abençoará a seu povo com paz.<br />

9. A voz <strong>de</strong> Jehovah faz as corças darem à luz. 12 Como já disse,<br />

11 “Fait avortir.” – v.f. “Malograr ou experimentar aborto.”<br />

12 O Bispo Lowth traduz assim: “Faz os carvalhos tremerem” (Preleções sobre a Poesia<br />

Hebraica, vol. II., p. 253), na qual ele é seguido por Dimock, Green, Secker, Horsley, Fry e outros.<br />

Mas Dathe, Berlin, De Rossi, Dr. Adam Clarke, Rogers e outros a<strong>de</strong>rem à interpretação comum, na<br />

qual são apoiados por todas as versões antigas, exceto a Siríaca, que parece favorecer o ponto<br />

<strong>de</strong> vista <strong>de</strong> Lowth. O principal argumento <strong>de</strong> Lowth e daqueles que o seguem em apoio <strong>de</strong> sua<br />

tradução é que a tradução comum, que supõe a passagem relacionando com as corças dando à luz<br />

a seus filhotes, concorda muito pouco com o resto da imagem quer da natureza quer da dignida<strong>de</strong>;<br />

enquanto que o carvalho atingido por um raio é uma imagem muito mais nobre, e que se a<strong>de</strong>qua<br />

mais naturalmente com o espalhar da folhagem da floresta à ação <strong>de</strong> uma tormenta. Rogers,<br />

porém, observa que “não estamos autorizados a alterar o texto hebraico, só porque a imagem<br />

oriental que encontramos não correspon<strong>de</strong> às nossas idéias <strong>de</strong> beleza e gran<strong>de</strong>za poética” (Book<br />

of Psalms in Hebrew, metrically arranged, vol. ii. p. 186). Com respeito ao sentido comunicado pela<br />

redação comum, po<strong>de</strong> observar-se que as corças dão à luz seus filhotes com gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> e

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