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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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266 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

<strong>de</strong> forma alguma prova da inerrância <strong>de</strong> sua tradução; pois, embora<br />

os ju<strong>de</strong>us tenham sempre usado os pontos na leitura, é provável que<br />

nem sempre os tenham expresso na escrita. Eu, contudo, prefiro seguir<br />

a redação comumente aceita. E o significado consiste em que os<br />

fiéis preferirão antes sofrer perda do que quebrar seu palavra. Quando<br />

um homem mantém suas promessas, até on<strong>de</strong> ele percebe ser para<br />

sua própria vantagem, não há nisso nenhum argumento que prove sua<br />

integrida<strong>de</strong> e fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>. Mas quando os homens fazem uma promessa<br />

uns aos outros, nada é mais comum do que, à luz <strong>de</strong> alguma perda<br />

insignificante que o seu cumprimento dê ocasião, envidarem eles todo<br />

esforço por encontrar um pretexto qualquer para quebrarem seus<br />

compromissos. Cada um pon<strong>de</strong>ra consigo mesmo sobre o que é para<br />

seu próprio proveito, e se o cumprimento das promessas lhe produz<br />

alguma inconveniência ou lhe traz algum problema, ele é bastante engenhoso<br />

para pon<strong>de</strong>rar sobre o que lhe ocorrerá com a vinda <strong>de</strong> uma<br />

maior perda do que por qualquer outra razão. Aliás, parece ser uma<br />

justificativa plausível quando um homem se queixa <strong>de</strong> que, se não<br />

<strong>de</strong>sfizer seu compro misso, então sofrerá gran<strong>de</strong> perda. É por isso que<br />

geralmente vemos tanta infi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> entre os homens, ou seja, não se<br />

consi<strong>de</strong>ram obrigados a cumprir as promessas que têm feito, ex ceto<br />

até ao ponto em que promovam seu interesse pessoal. Davi, pois, con<strong>de</strong>nando<br />

tal inconstância, requer que os filhos <strong>de</strong> Deus exibam a maior<br />

firmeza possível no cumprimento <strong>de</strong> suas promessas.<br />

Aqui se po<strong>de</strong> formular a pergunta se uma pessoa, tendo caído nas<br />

mãos <strong>de</strong> um assaltante, lhe promete uma soma <strong>de</strong> dinheiro para salvar<br />

sua vida, e se, em <strong>de</strong>corrência disso, se vê livre, teria ela que cumprir<br />

pois traduziu: tw|/ plhsi,on auvtou, a seu próximo, e assim a Siríaca, a Latina, a Árabe e a Etíope.” –<br />

Hammond. Essa tradução concorda muito bem com o escopo do Salmo, o qual relaciona nossa<br />

conduta precisamente com nossos companheiros; e ele representa o homem bom como escrupulosamente<br />

cumprindo o juramento promissório que faz a seu próximo. Mas a redação ordinária,<br />

Ele promete à sua própria dor e não muda, estabelece a integrida<strong>de</strong> moral do homem bom numa<br />

luz ainda mais extraordinária, <strong>de</strong>screvendo-o como que cumprindo seu juramento em face das<br />

maiores tentações <strong>de</strong> quebrá-lo, quando o cumprimento <strong>de</strong>le po<strong>de</strong> ser em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> seus<br />

próprios interes ses; e isso <strong>de</strong> forma alguma prova a virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> um homem.

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