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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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352 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

impedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>scansar em Deus. A questão da qual Davi aqui trata não<br />

é o mero título e nome, Deus, mas <strong>de</strong>clara que toda e qualquer assistência<br />

<strong>de</strong> que carecemos <strong>de</strong>vemos buscá-la em Deus, e <strong>de</strong> nenhuma outra<br />

parte, visto só ele possuir real po<strong>de</strong>r: Quem é forte, senão nosso Deus?<br />

Contudo, <strong>de</strong>vemos atentar para o propósito <strong>de</strong> Davi, para o qual chamo<br />

sua atenção, ou seja, ao confiadamente contrapor Deus a todos os seus<br />

inimigos e como o Lí<strong>de</strong>r sob cuja ban<strong>de</strong>ira havia valentemente lutado<br />

contra eles, ele tenciona afirmar que nada tentara com base em suas<br />

próprias fantasias nem com sua consciência a acusá-lo.<br />

32. É Deus quem me tem cingido. Essa é uma metáfora extraída<br />

ou do cinturão ou cinto <strong>de</strong> um guerreiro, ou dos rins, nos quais a Escritura<br />

às vezes coloca o vigor ou força <strong>de</strong> uma pessoa. Portanto, é<br />

como se ele dissesse: Eu, que <strong>de</strong> outra forma teria sido frágil e acovardado,<br />

pelo po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus me tornei forte e corajoso. Mais adiante ele<br />

fala do sucesso com o qual Deus o favorecera; pois não seria bastante<br />

que alguém tivesse coragem inspirada e dinâmica, nem mesmo para<br />

exce<strong>de</strong>r em força, se seus empreendimentos não fossem ao mesmo<br />

tempo coroados <strong>de</strong> prosperida<strong>de</strong>. As pessoas irreligiosas imaginam<br />

que isso proce<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua própria prudência ou da fortuna; Davi, porém,<br />

o atribui a Deus somente: Deus é quem fez meu caminho perfeito. A<br />

palavra caminho, aqui, <strong>de</strong>ve subenten<strong>de</strong>r o curso <strong>de</strong> nossas ações, e a<br />

linguagem implica que, tudo quanto Davi empreendia, Deus, por meio<br />

<strong>de</strong> sua bênção, o conduzia a um feliz resultado.<br />

[vv. 33-36]<br />

Fazendo meus pés como os das corças, 45 e me puseste em meus lugares altos.<br />

A<strong>de</strong>strando minhas mãos para a guerra, e um arco <strong>de</strong> aço 46 será arque-<br />

45 “Faisant, ascavoir, me donnant legerete <strong>de</strong> pieds.” – versão francesa marginal. “Fazendo,<br />

isto é, dando-me a ligeireza dos pés.”<br />

46 Seria bronze, e não aço. “Um arco <strong>de</strong> aço”, diz o Dr. Adam Clarke, “está fora <strong>de</strong> questão. Nos<br />

dias <strong>de</strong> Davi, não é provável que o método <strong>de</strong> produzir aço fosse conhecido. O método <strong>de</strong> produzir<br />

bronze do cobre era conhecido mesmo nos primórdios do mundo; e os antigos possuíam a arte<br />

<strong>de</strong> temperá-lo, <strong>de</strong> modo a produzir <strong>de</strong>le as mais eficientes espadas.” Horsley redige: “Tu fizeste <strong>de</strong><br />

meus braços como um arco <strong>de</strong> bronze.” Essa é também a redação da Septuaginta, da Vulgata, <strong>de</strong><br />

Jerônimo e <strong>de</strong> todas as versões. A redação <strong>de</strong> Calvino, porém, a qual é a mesma <strong>de</strong> nossa versão<br />

inglesa, parece preferível, e é mais expressiva. Arquear um forte arco era antigamente consi<strong>de</strong>ra-

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