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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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<strong>Salmos</strong> 15 • 263<br />

niosas, por inventar, porque as pessoas maliciosas suscitam calúnias<br />

do nada; e assim ela não passa <strong>de</strong> uma repetição da afirmação contida<br />

na primeira cláusula do versículo, ou seja, que as pessoas boas não<br />

<strong>de</strong>vem permitir que elas cedam à difamação. Mas creio estar também<br />

aqui repreendido o vício da credulida<strong>de</strong> <strong>de</strong>smedida, a qual, quando<br />

alguma má notícia é divulgada contra nosso próximo, nos leva ou a<br />

avidamente dar-lhe crédito, ou pelo menos a recebemos sem razão<br />

plausível. Enquanto <strong>de</strong>veríamos, ao contrário, usar <strong>de</strong> todos os meios<br />

para eliminá-la e <strong>de</strong>struí-la sob nossos pés. 1 Quando alguém é o condutor<br />

<strong>de</strong> falsida<strong>de</strong>s inventadas, os que as rejeitam as lançam, por assim<br />

dizer, no chão; enquanto que, ao contrário, os que as propagam e as<br />

publicam, <strong>de</strong> um ouvido a outro, através <strong>de</strong> uma forma expressiva <strong>de</strong><br />

linguagem, levam a fama <strong>de</strong> suscitá-las.<br />

[v. 4]<br />

Aquele a cujos olhos o réprobo 2 é <strong>de</strong>sprezado; mas que honra os que temem<br />

ao Senhor; quando ele jura para seu próprio dano, não muda.<br />

A primeira parte <strong>de</strong>ste versículo é explicada <strong>de</strong> diferentes formas. Alguns<br />

extraem <strong>de</strong>le o seguinte significado: os verda<strong>de</strong>iros servos <strong>de</strong> Deus<br />

são <strong>de</strong>sprezíveis e indignos em sua própria estima. Se adotarmos essa<br />

interpretação, a conjunção e, a qual Davi não expressa, <strong>de</strong>ve ser grafada,<br />

fazendo a leitura assim: Aquele que é vil e <strong>de</strong>sprezível a seus próprios olhos.<br />

Mas, além do fato <strong>de</strong> que, se tal fosse o sentido, as palavras provavelmente<br />

teriam sido mantidas juntas pela conjunção e, tenho outro motivo<br />

que me leva a pensar que Davi tinha uma razão distinta. Ele compara<br />

concomitantemente duas coisas opostas, ou seja, <strong>de</strong>sprezar os elementos<br />

perversos e indignos, e honrar os justos e aqueles que temem a Deus.<br />

A fim <strong>de</strong> que essas duas cláusulas se correspondam reciprocamente, o<br />

único sentido que me leva a enten<strong>de</strong>r o que está expresso aqui sobre ser<br />

1 “Et mettre sous le pied.” – v.f.<br />

2 “Meschant, ou vilein et abominable.” – versão francesa marginal. “O perverso, ou o vil e<br />

abominável.”

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