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Comentário de Salmos - Vol. 1

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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372 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

As palavras po<strong>de</strong>m ser expostas <strong>de</strong> forma variada, mas as diferentes<br />

exposições que têm sido dadas <strong>de</strong>las fazem pouca diferença quanto<br />

ao sentido. Alguns as explicam assim: não passa um dia sequer sem que<br />

Deus mostre alguma clara evidência <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r. Outros são <strong>de</strong> opinião<br />

que elas <strong>de</strong>notam as argumentações <strong>de</strong> instrução e conhecimento – que<br />

cada dia sucessivo contribui com algo novo em comprovação da existência<br />

e perfeições <strong>de</strong> Deus. Outros as vêem como que signi ficando os<br />

dias e noites falando reciprocamente e arrazoando acerca da glória <strong>de</strong><br />

seu Criador. Mas tal interpretação é um tanto forçada. Davi, não tenho<br />

dúvida, ensina, aqui, à luz das alternações estabelecidas <strong>de</strong> dias e noites,<br />

que o curso e evo luções do sol, da lua e das estrelas são regulados pela<br />

prodigiosa sabedoria divina. Se traduzirmos as palavras, Dia após dia, ou<br />

um dia a outro dia, a conseqüência é mínima. Pois toda a intenção <strong>de</strong> Davi<br />

visa ao lindo arranjo <strong>de</strong> tempo que a sucessão <strong>de</strong> dias e noites efetua.<br />

Aliás, se fôssemos tão atentos quanto <strong>de</strong>veríamos ser, mesmo um só dia<br />

seria suficiente para testifi car-nos a glória <strong>de</strong> Deus, e mesmo uma só noite<br />

seria suficiente para exercer-nos o mesmo ofício. Mas quando vemos o<br />

sol e a lua fazendo suas evoluções diárias – o sol durante o dia surgindo<br />

acima <strong>de</strong> nossas cabeças, e a lua proce<strong>de</strong>ndo em seu turno; o sol, subindo<br />

gradativamente, enquanto que, ao mesmo tempo, se chega para mais<br />

perto <strong>de</strong> nós; e subseqüentemente segue <strong>de</strong>clinando seu curso, <strong>de</strong> modo<br />

a afastar-se <strong>de</strong> nós paulatinamente –, e quando vemos que, com isso, a<br />

extensão dos dias e noites é regulada, e que a variação <strong>de</strong> sua extensão é<br />

or<strong>de</strong>nada em consonância com uma lei tão invariável, que invariavelmente<br />

recorre aos mesmos pontos <strong>de</strong> tempo em cada ano sucessivo, temos<br />

nisso um testemunho muito esplen <strong>de</strong>nte da glória <strong>de</strong> Deus.<br />

Davi, portanto, com a mais plena razão, <strong>de</strong>clara que, embora Deus<br />

não fale ao homens uma só palavra, todavia a or<strong>de</strong>ira e útil sucessão <strong>de</strong><br />

dias e noites eloqüentemente proclama a glória <strong>de</strong> Deus, e que assim não<br />

<strong>de</strong>ixou aos homens qualquer pretexto <strong>de</strong> ignorância; porque, visto que os<br />

dias e noites exercem em relação a nós, tão bem e tão cuidadosamente, o<br />

ofício <strong>de</strong> mestres, po<strong>de</strong>mos adquirir, se <strong>de</strong> fato somos <strong>de</strong>vidamente atentos,<br />

uma suficiente porção <strong>de</strong> conhecimento sob sua instrução.

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